Milhares acompanham discurso de Nasrallah no vale do Bekaa, sul do Líbano
BEIRUTE - O líder do movimento xiita libanês Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah, manifestou apoio ao governo da Síria nesta quarta-feira, 25, nos primeiros comentários sobre a revolta da população contra o presidente Bashar al-Assad.
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Nasrallah afirmou que derrubar o regime de Damasco serviria apenas aos interesses dos Estados Unidos e de Israel no Oriente Médio. O Hezbollah recebe e recebeu apoio financeiro da Síria e do Irã. Além de dinheiro, o grupo obtém armamentos e munições a partir do território sírio.
"Derrubar o regime na Síria é algo do interesse da América e de Israel", disse Nasrallah em um discurso televisionado assistido por milhares de pessoas no sul do Líbano.
O discurso foi feito para marcar o 11º aniversário do "Dia da Libertação". Na data, os libaneses celebram a saída das tropas israelenses do sul do país em 2000, após 18 anos de ocupação. "Eles querem derrubar o regime e substitui-lo por um governo moderado", disse o xeque.
'Chance para reformas'
Embora tenha elogiado as revoltas populares que derrubaram os regimes do Egito e da Tunísia neste ano, Nasrallah pediu ao povo sírio que "proteja o seu país". Segundo o líder do Hezbollah, os sírios precisam "dar uma a chance" para a liderança implementar reformas.
"Nós estamos preocupados com a conspiração contra o regime e contra o povo da Síria", disse, fazendo eco às declarações de Assad de que uma conspiração estrangeira tenta enfraquecer o seu governo.
Ajuda do Hezbollah
Nasrallah também rechaçou acusações feitas no Líbano de que membros do Hezbollah estariam na Síria ajudando Assad a "esmagar" os manifestantes. "Isso é mentira", disse. Ele comentou ainda a situação de impasse nas negociações entre Israel e os palestinos.
Segundo Nasrallah, o presidente dos EUA, Barack Obama, e o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, "deram um golpe mortal" no processo de paz. Ele também criticou os aplausos que Netanyahu recebeu ontem no Congresso americano após discursar no local. "Ontem, a América se chamava Netanyahu", reclamou.
Com AP