Líder francês será julgado por negar a brutalidade nazista

Tribunal ocorrerá em junho de 2007, um mês após as eleições presidências francesas, às quais Le Pen pretende concorrer

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Por Agencia Estado
Atualização:

O líder de extrema-direita francês Jean-Marie Le Pen será julgado em junho de 2007 por negar a brutalidade da ocupação nazista da França durante a Segunda Guerra Mundial, informaram oficiais de justiça nesta quinta-feira. O presidente da Frente Nacional, de 78 anos, poderá ser condenado a mais de cinco anos de prisão mais o pagamento de uma multa de US$ 57.150 caso seja condenado por ter dito em uma entrevista em 2005 que a ocupação "não foi particularmente desumana". O julgamento, que deverá durar dois dias, está marcado para começar no dia 7 de junho. A data cai um mês após a realização das eleições presidências francesas, às quais Le Pen pretende concorrer. O líder direitista deixou a França atônita ao se eleger para o segundo turno das eleições presidenciais de 2002, vencidas por Jacques Chirac. Eleitores horrorizados fizeram manifestações para apoiar o também conservador Chirac, dando a ele 82% dos votos Arno Klarsfeld, um advogado que está processando Le Pen, disse que pedirá para que a data do tribunal seja mudada. "Podemos deduzir que a data foi escolhida para não prejudicar Le Pen antes das eleições presidenciais, pois, caso seja condenado, ele se tornará inelegível", disse Klarsfeld. Ele representa a organização que processou Le Pen, os "Filhos e filhas dos Judeus Deportados da França". Le Pen está sendo investigado - e pode ser acusado - por "cumplicidade em justificar crimes de guerra" e "cumplicidade em contestar crimes contra a humanidade". A investigação foi motivada por uma entrevista dada por Le Pen ao semanário direitista Rivarl. "No final das contas, a ocupação germânica na França não foi particularmente desumana", teria dito Le Pen, segundo a revista. O líder de extrema direita foi condenado por racismo ou anti-semitismo ao menos seis vezes por ter dito que as câmaras de gás nazistas foram "um detalhe da história da Segunda Guerra".

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