Líder hondurenho qualifica Unasul de 'arrogante e prepotente'

Presidente de Honduras sobe tom com Brasil e países que condenaram a inclusão de Tegucigalpa em cúpula na Espanha

PUBLICIDADE

Por Jamil Chade
Atualização:

CORRESPONDENTE / GENEBRAO presidente de Honduras, Porfirio "Pepe" Lobo, qualificou de "arrogantes e prepotentes" os lideres sul-americanos ? incluindo o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ? que ameaçaram boicotar a cúpula União Europeia-América Latina, dias 17 e 18, em Madri. O Brasil, acusa Lobo, está fazendo "chantagem".O governo espanhol havia convidado o hondurenho eleito em novembro para o evento. Mas Lula, juntamente com os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou que não participaria da cúpula ao lado de Lobo."Não esqueçam que, quando se colocam em posições tão intransigentes ? e até certo ponto com um alto nível de arrogância ?, estão afetando o povo hondurenho. A arrogância e a prepotência de alguns levam, na realidade, a castigar um povo que não tem culpa", disse o hondurenho. Lobo defendeu ainda a legitimidade de sua eleição. "Quero lembrar os países da Unasul que esse governo foi eleito democraticamente com uma presença maciça nas urnas", disse. Lobo não teve participação no golpe contra o presidente Manuel Zelaya. Na ocasião, como candidato de oposição a Zelaya, condenou a destituição e os militares que lideraram o golpe. Países sul-americanos, contudo, não reconhecem a eleição que conduziu Lobo à presidência, pois ela ocorreu sob um regime de facto. EUA e países-chave da América Central ? incluindo Nicarágua, El Salvador, Guatemala, República Dominicana, Panamá e Costa Rica ? já normalizaram relações com Tegucigalpa.Embaraço. O que era para ser uma plataforma para o governo espanhol promover seu país diante do mundo tornou-se uma grande dor de cabeça para Madri.Ontem, fracassou a tentativa de acordo comercial entre a América Central e a UE. A França ainda alertou que vai impedir o lançamento de negociações do bloco com o Mercosul.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.