Associated Press
BISHKEK- A governante interina do Quirguistão, Roza Otunbayeva, afirmou nesta terça-feira, 13, que seu governo ampliará por um ano a presença da base aérea americana no país, considerada crucial para a guerra no Afeganistão, e acrescentou que garantirá a segurança do presidente deposto, Kurmanbek Bakiyev, se ele renunciar e abandonar o país.
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Bakiyev disse mais cedo que estava disposto a renunciar, mas afirmou que deseja segurança para sua família e seus principais colaboradores, uma exigência que impediria o acordo para transferir o poder e agravaria a tensão no empobrecido país do centro da Ásia.
A líder interina disse em uma entrevista à Associated Press que o acordo que permite os Estados Unidos a utilizar a base de Manas será estendido até depois de julho, quando expira o atual convênio de um ano.
O acordo "será automaticamente prolongado para o próximo ano", disse Roza. A base, situada no aeroporto internacional, permite o abastecimento dos aviões de guerra que operam no Afeganistão e é um importante ponto de transição para a força expedicionária.
Roza também afirmou que seu governo ofereceu garantias de segurança a Bakiyev se ele renunciar e deixar o Quirguistão, mas se negou a estender essa imunidade a sua família, acusada pela oposição de corrupção e outros abusos.
Mais cedo, um subchefe do governo interino, Azymbek Beknazarov, disse que Bakiyev havia sido despojado de sua imunidade presidencial e que havia recebido uma advertência para se entregar, ou, caso contrário, as forças especiais o prenderiam.
Otunbayeva rechaçou essa declaração na entrevista. Segundo a líder, o governo cogita tirar a imunidade do presidente deposto, mas essa medida ainda não foi tomada.
Bakiyev fugiu da capital em meio a um sangrento confronto entre oposicionistas e forças governamentais que deixou um saldo de ao menos 83 mortos, e fez sua oferta de renúncia depois de um ato com cerca de 5 mil partidários, aparentemente para testar quanto apoio conseguiria reunir para resistir à oposição.
Tanto os Estados Unidos como a Rússia, que também tem uma base militar em território quirguiz, observam com preocupação a violência na ex-república soviética.
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