18 de abril de 2010 | 00h00
Malema é presidente da Liga Jovem do Congresso Nacional Africano (CNA), o partido governista. Olhando assim, não é lá o emprego mais poderoso do mundo, mas basta ver a lista dos que fizeram escola na organização para prever seu futuro: Nelson Mandela, Walter Sisulu e Oliver Tambo, a tríade de patriarcas do CNA, e Thabo Mbeki, ex-presidente do país.
A primeira lição para entender o fenômeno vem da paixão que Malema desperta. Sua cartilha de bravatas dá voz a milhões de negros que se sentem traídos pela promessa não cumprida de democracia racial. Segundo Aubrey Matshiqi, analista político do Centro de Estudos Políticos, de Johannesburgo, as provocações de Malema são uma ameaça ao presidente sul-africano, Jacob Zuma.
Gênio ou boquirroto, pouco importa. Malema virou celebridade. Na África do Sul, ele ocupa mais tempo na TV e mais espaço nas páginas de jornais do que Barack Obama, celebridades e a seleção de futebol local, todos juntos.
Zuma não quer confusão. A Liga Jovem é uma das poucas instituições do país organizadas nacionalmente - os partidos, principalmente o CNA, têm uma estrutura provincial. A capacidade de mobilização faz com que o movimento estudantil leve muitos eleitores às urnas. E com eleições municipais chegando, criar caso com Malema é um péssimo negócio.
"Zuma tentará impedir o crescimento de Malema", disse Anthony Butler, da Universidade de Witwatersrand. "Mas ele usará outras pessoas para não se queimar. Um comitê disciplinar do CNA - sem a presença de Zuma - reúne-se amanhã para estudar punições à nova estrela do partido.
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