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Líder líbio, Kadafi quer propor à ONU fim da Suíça

Por AE
Atualização:

Na quarta-feira, em Nova York, o líder líbio Muamar Kadafi falará pela primeira vez em uma Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O discurso dele promete provocar uma nova polêmica: Kadafi deve propor a dissolução da Suíça. A proposta do líder líbio seria que cada região do país fosse "devolvida" para França, Alemanha e Itália. A Suíça é um Estado confederado formado por cantões com as três línguas. As informações foram apresentadas pela deputada Christa Markwalder, no Parlamento suíço, depois que ela teve acesso à proposta líbia. Kadafi chegou a pedir que o tema fosse incluído na agenda oficial da cúpula da ONU, de acordo com a deputada. A iniciativa seria uma resposta à "ousadia" dos suíços por terem detido no ano passado o filho caçula do líder líbio, Hannibal, após ele ter espancado dois funcionários de um hotel de Genebra. As vítimas chamaram a polícia e o líbio foi levado à delegacia. Irritado, Kadafi decidiu retaliar, interrompendo o comércio com a Suíça - incluindo a venda de petróleo. Além disso, sequestrou dois suíços, que há mais de 400 dias estão sem poder sair da Líbia. Para obter a libertação de seus cidadãos, o presidente da Suíça, Hans Rudolf Merz, pediu desculpas oficiais. Genebra enviou então um avião a Trípoli para buscar os sequestrados. Uma semana depois, porém, o avião retornou para a Europa vazio. Agora, Merz sofre pressão interna para deixar o cargo. A ideia da dissolução da Suíça não é nova. Em julho, Kadafi já havia advertido numa reunião do G-8 na Itália, onde participou como convidado, que a Suíça "não é um Estado, é uma máfia mundial, formada por uma comunidade italiana que deveria voltar para a Itália, uma comunidade alemã que deveria voltar para a Alemanha e uma comunidade francesa que deveria voltar para a França". Ao renunciar ao seu programa nuclear, em 2003, Kadafi abriu caminho para que o país voltasse a ser aceito pela comunidade internacional. Em outubro, a Líbia passa a presidir a Assembleia-Geral da ONU. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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