Líder oposicionista de Ruanda irá a julgamento por integrar milícia

Autoridades acusam Victoire Ingabire de pertencer a grupo que Paul Rusesabagina teria fundado

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Por Reuters
Atualização:

KIGALI- Autoridades afirmaram nesta sexta-feira, 12, que uma oponente do presidente de Ruanda, Paul Kagame, deve ir a julgamento dentro de 30 dias, e que estão buscando apoio do Ocidente para investigar uma pessoa que virou protagonista do filma Hotel Ruanda.

 

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Victoire Ingabire, líder da oposição, teve pedido de fiança negado pela segunda vez depois de ter sido preso e acusado em outubro de ajudar a formar a Coalizão de Forças Democráticas, um grupo militante com base na República Democrática do Congo. Ela também foi acusada de ameaçar a segurança nacional e a ordem pública.

 

"A corte foi marcada para começar 30 dias depois da decisão de hoje", afirmou Augustin Nkusi, porta-voz da Autoridade de Procuradoria Pública Nacional, em um comunicado.

 

Kagame, que venceu as eleições presidenciais em agosto, é bem visto por países estrangeiros, mas críticos dizem que sua reputação foi atingida por ser repressor em seu país.

 

Martin Ngoga, procurador geral de Ruanda, disse à Reuters que autoridades buscam ajuda dos Estados Unidos e da Bélgica para investigar Paul Rusesabagina, cuja história foi contada no filme Hotel Ruanda, de 2004.

 

Rusesabagina era um gerente de um hotel de luxo durante o genocídio de 1994, quando usou seus contatos com a elite Hutu, etnia da qual faz parte, para proteger tutsis e hutus moderados das milícias de exterminação.

 

Ele é um crítico de Kagame, e defende que sua presidência pode reiniciar a violência no país, já que o governante é da elite tutsi.

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Na quarta, Ngoga afirmou à Reuters que Rusesabagina é investigado porque iniciou as atividades de milícia pelas quais Victoire foi presa. O opositor disse à CNN que as acusações contra ele são sem fundamento.

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