HARARE - O líder do Movimento pela Mudança Democrática (MDC), principal partido opositor do Zimbábue, Morgan Tsvangirai, morreu nesta quarta-feira aos 65 anos em razão de um câncer, informou pelo Twitter o vice-presidente do MDC, Elias Mudzuri.
Nos últimos dias, a imprensa zimbabuana informara que o líder do partido opositor estava no hospital Wits Donald Gordon de Johannesburgo “afetado pelo esgotamento e a perda de peso e massa muscular”.
A imprensa local já aponta para uma divisão dentro do partido – fundado em 1999 por Tvangirai – de olho nas eleições gerais que devem ser realizadas antes de julho, nas quais o MDC tentará tirar do poder o partido governista, a União Nacional Africana do Zimbabué-Frente Patriótica (ZANU-PF), e seu líder e atual presidente do país, Emmerson Mnangagwa.
O delicado estado de saúde de Tsvangirai nos últimos dias havia aumentado as lutas internas, já que alguns líderes tentaram levar vantagem para tomar o controle do partido.
O líder opositor foi uma figura importante na política recente do país, ao se tornar a principal ameaça ao ex-presidente Robert Mugabe, a quem chegou a derrotar no primeiro turno das eleições de 2008 antes de retirar sua candidatura para o segundo turno em razão de ameaças e uma onda de violência política.
Após a queda de Mugabe depois do golpe militar de novembro e as promessas de seu substituto, Mnangagwa, de realizar eleições “limpas, justas e confiáveis”, a expectativa era que Tsvangirai fosse o principal rival da situação como líder de uma coalizão de vários partidos da oposição.
Há dois anos, Tsvangirai revelou que sofria de câncer de cólon e fazia um tratamento contra a doença na África do Sul. Ex-operário do setor têxtil, Tsvangirai foi sindicalista antes de passar a presidir, em 1988, o poderoso Congresso de Sindicatos do Zimbábue. O ex-líder sindical sofreu surras, prisões e acusações de traição por sua oposição a Mugabe. Tsvangirai dizia ter sido alvo de quatro tentativas de assassinato, uma delas em 1997. / EFE e AFP