Flavio Sosa, líder dos manifestantes contra o governo do Estado mexicano de Oaxaca, foi detido nesta terça-feira na Cidade do México depois de dar uma entrevista coletiva denunciando uma perseguição judicial contra dirigentes de sua organização. A detenção de Sosa, seu irmão Horacio e mais dois membros da Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO) foi anunciada inicialmente por Brisa Maya, diretora do Centro Nacional de Comunicação Social (Cencos). Mais tarde a Promotoria geral e a Secretaria de Segurança Pública informaram a detenção dos irmãos Sosa, que em breve serão levados a uma prisão de alta segurança. Eles são acusados pelas autoridades de vários crimes. Em comunicado conjunto, os dois órgãos disseram que Flavio Sosa "é o principal líder da APPO, se distinguiu pelo uso de violência, prejuízos a particulares e aos meios de comunicação, e inclusive incêndio de veículos e imóveis na cidade de Oaxaca". Esta é a primeira ação judicial de peso do novo governo do presidente Felipe Calderón, que assumiu o poder na sexta-feira apesar da oposição de legisladores esquerdistas. Horas antes de sua detenção, Sosa deu uma entrevista coletiva afirmando que as autoridades aumentaram as ordens de detenção de dirigentes da APPO. O conflito em Oaxaca explodiu em 22 de maio, com uma greve de 70 mil professores. A situação se agravou em junho, após uma fracassada tentativa policial de retirar manifestantes de uma praça pública. Na entrevista coletiva, Sosa se mostrou confiante em retomar a mesa de negociação com o governo federal, na qual repetiria seus pedidos: a retirada da Polícia federal enviada a Oaxaca no fim de outubro, a renúncia do governador do estado e o cancelamento das ordens de detenção.