Líder religioso xiita diz que Hezbollah não venceu Israel

O clérigo Ali Amin acusou o Hezbollah de ter lançado o Líbano em um conflito para a qual não estava preparado

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Por Agencia Estado
Atualização:

O mufti (líder religioso) xiita de Tiro, Ali Amin, acusou a direção do Hezbollah de ter interpretado de forma equivocada o panorama internacional antes de seqüestrar os dois soldados israelenses. Disse também que os libaneses resistiram, mas não venceram Israel. "Não é concebível ocultar o debate sobre as causas (da ofensiva israelense) e sobre a responsabilidade nesta guerra", afirmou o religioso em entrevista à emissora de TV "LBC". Amin rejeitou a tese de vitória sustentada pelo Hezbollah. "Nos mantivemos, fizemos frente à agressão e os combatentes resistiram com coragem, mas não se pode falar em vitória, seria vergonhoso. As perdas sofridas são, de longe, superiores às do inimigo", ressaltou. Israel bombardeou o Líbano durante 34 dias por terra, mar e ar. O conflito começou após o seqüestro, em 12 de julho, de dois soldados israelenses por milicianos do Hezbollah, e fez mais de mil mortos, além de deixar cerca de quatro mil pessoas feridas. "A população reivindicará, cada vez mais, as contas, e se perguntará em que se transformou a causa (de continuar a resistência)", disse Amin. O clérigo acusou o Hezbollah de ter lançado o país árabe em um conflito para a qual não estava preparado e afirmou que "os israelenses possuem refúgios luxuosos", enquanto os libaneses estavam "ao relento".

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