Líder sul-coreano teme sanções econômicas contra o Norte

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Por Agencia Estado
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O presidente da Coréia do Sul, Kim Dae-jung, teme que a imposição de sanções econômicas contra a Coréia do Norte, devido ao programa de armas nucleares do país comunista, possa levar à explosão de uma guerra. Kim se opõe categoricamente a sugestões feitas em círculos republicanos em Washington, de que o presidente americano, George W. Bush, deveria retirar-se de um acordo de controle de armas de 1994 com a Coréia do Norte e impor sanções contra o país. "Se forem impostas sanções econômicas, então a Coréia do Norte dirá ?Tudo bem, vamos seguir em frente e produzir nossas próprias armas nucleares?, e isso aumentaria o risco de uma guerra nuclear", considerou Kim, num discurso a cidadãos coreanos em Seattle, EUA, na noite de segunda-feira. Os comentários de Kim foram divulgados hoje pela mídia sul-coreana. Ele fez uma parada de um dia em Seattle em seu caminho para casa, vindo da cúpula do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico no México - onde Kim, Bush e o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, concordaram em pressionar por uma solução pacífica para a questão nuclear norte-coreana. Entretanto, num revés, hoje, a Coréia do Norte rejeitou exigências de que desista de seu programa de armas nucleares, segundo autoridades japonesas. Uma delegação de Tóquio está se reunindo com delegados norte-coreanos na Malásia, a fim de discutir a questão nuclear e o estabelecimento de relações diplomáticas. Kim advertiu que uma nova guerra seria mais devastadora do que a Guerra da Coréia de 1950 a 1953. Especialistas estimavam anteriormente que um conflito nuclear poderia matar 490.000 soldados sul-coreanos e um milhão de civis. "Agora o número de vítimas seria muito maior se houver uma guerra", disse Kim. "A única solução é resolver (a questão) pacificamente através do diálogo". Ele pediu para a Coréia do Norte abandonar imediatamente suas ambições nucleares e prometeu "medidas correspondentes" se for atendido. Ele não entrou em detalhes. "Agora, a bola está na quadra da Coréia do Norte", afirmou. A Coréia do Norte tem dito que só desistirá de seu programa nuclear se os EUA assinarem um tratado de não-agressão com Pyongyang. "Um confronto com os Estados Unidos iria inevitavelmente resultar em tremendas baixas e danos irrecuperáveis. Essas calamidades só podem ser evitadas com a conclusão de um tratado de não-agressão entre nosso lado e os EUA", escreveu o jornal estatal norte-coreano Rodong Sinmun.

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