TEERÃ - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, agradeceu à equipe de negociação nuclear do país por seus "esforços sinceros" e "trabalho duro" durante os diálogos que resultaram no histórico acordo com o P5+1 sobre o programa nucelar da República Islâmica, informa a agência oficial "Irna".
As declarações de Khamenei, máxima figura política e religiosa iraniana, cuja opinião tem um peso determinante em cada decisão tomada no país, constituem uma aceitação tácita do conteúdo do pacto firmado na quarta-feira em Viena, na Áustria.
Khamenei, apesar de ter mostrado durante todo o processo de negociação sua desconfiança em relação aos países do P5+1 (Estados Unidos, França, China, Grã-Bretanha, Rússia, mais Alemanha), também defendeu perante a ala mais extremista da política iraniana a necessidade de negociar para encontrar uma saída ao programa atômico e as sanções que prejudicam a economia local.
O líder supremo foi o responsável por traçar os limites do que o Irã não iria aceitar nas negociações e instruiu os delegados do país sobre quais temas eles poderiam tratar durante os diálogos.
Khamenei expressou seu agradecimento em um encontro ainda na quarta-feira com o presidente Hassan Rohani, no qual considerou que o "apoio espiritual e político é o principal fator para solucionar todos os problemas".
"Os governantes muçulmanos têm o dever de receber os impostos e cumprir com os direitos públicos, defender ao povo e sua terra, guiar as pessoas em direção à salvação", afirmou Khamenei.
O pacto anunciado pelo Irã e o P5+1 em Viena permite que a República Islâmica possua uma indústria atômica própria, apesar de ser severamente limitada e controlada para que não possa ser usada para fins bélicos. Em troca, os países eliminarão as sanções que afetam a economia do país. / EFE