
25 de janeiro de 2014 | 02h06
As concessões, de acordo com a agência russa Interfax, foram prometidas ontem durante reunião com líderes religiosos do país. Yanukovich disse a eles que uma sessão especial do Parlamento será convocada na terça-feira para levar adiante uma reforma ministerial, a anistia a dezenas de ativistas detidos e uma mudança na dura lei antiprotestos aprovada recentemente na Ucrânia.
"Farei tudo que puder para parar esse conflito, pôr um fim à violência e alcançar a estabilidade", disse Yanukovich, segundo seu gabinete.
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A oposição, por sua vez, pediu por meio de nota, mediação internacional para a crise. "Qualquer discussão para pôr fim à crise deve ocorrer com mediadores internacional do mais alto nível", declarou em nota o partido Udar.
Os protestos foram motivados, inicialmente, por um acordo da Ucrânia, ex-república soviética de tradicional influência russa, com a União Europeia. Yanukovich desistiu do pacto, o que levou manifestantes às ruas. Os protestos cresceram ao longo de dois meses e transformaram-se em atos mais amplos contra a corrupção e a gestão do presidente.
Desde o fim de semana, quando Yanukovich aprovou leis mais duras contra os manifestantes, a situação agravou-se. Ontem, os protestos espalharam-se para outras cidades, como Lviv, Ternopil, Ivano-Frankivsk e Khmelnytski. Mais de 100 pessoas foram presas nos protestos.
Ocupação. Em Kiev, manifestantes levantaram mais barricadas nas ruas e ocuparam o prédio de um ministério, depois de desocupar a Praça da Liberdade de Kiev, onde começaram os protestos contra Yanukovich, em novembro.
Com máscaras e alguns carregando escudos policiais como troféus, os manifestantes montaram guarda enquanto outros empilhavam sacos de areia cobertos de neve ao longo de vias próximas à praça.
O líder da oposição Vitali Klitschko, depois de participar de uma segunda rodada de negociações com Yanukovich que terminou sem acordo na noite de quinta-feira, expressou temores de que o impasse agora possa levar a novo derramamento de sangue.
Ao menos três participantes de protestos foram mortos até agora, dois feridos a bala, depois de confrontos entre manifestantes liderados por radicais e policiais. "Horas de conversas foram gastas para nada. Não há sentido em sentar-se e conversar à mesa de negociações com alguém que já está decidido a enganar", disse Klitschko.
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