Líderes africanos pedem união no Zimbábue

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Por Efe , Reuters , Sharm El-Sheik e Egito
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A União Africana (UA) adotou ontem uma resolução em que pede um governo de união no Zimbábue. Após reunião de cúpula de dois dias em Sharm el-Sheik, no Egito, os líderes africanos pediram que o presidente Robert Mugabe - no poder desde 1980 e eleito para um sexto mandato na semana passada - negocie uma coalizão com o líder opositor, Morgan Tsvangirai, do Movimento pela Mudança Democrática (MMD). A resolução adotada pela UA foi considerada uma rara intervenção dos governos africanos em uma disputa interna em um país do continente e uma crítica sem precedentes a Mugabe, que venceu a eleição na semana passada como candidato único, depois que Tsvangirai abandonou a disputa. Antes de a reunião terminar, o governo de Botsuana pediu a suspensão de Mugabe da UA e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), alegando que a participação do líder zimbabuano nas reuniões africanas daria "legitimidade a um processo que não poderia ser considerado legítimo". A comunidade internacional pressionou a UA a deslegitimar o resultado da votação no Zimbábue por causa da onda de violência e intimidação promovida por Mugabe. O presidente zimbabuano rebateu as críticas, afirmando que não receberia "lições de democracia" de nenhum país. O porta-voz de Mugabe, George Charamba, defendeu ontem a reeleição do presidente e disse que os críticos do regime de Mugabe deveriam "se danar mil vezes". Charamba também rejeitou a idéia de um governo de poder compartilhado com Tsvangirai. O partido opositor também rejeitou a idéia e negou que a saída de Tsvangirai da embaixada holandesa, ontem, em Harare - onde estava refugiado desde o dia 22 - tenha relação com o processo de negociações para solucionar a crise no Zimbábue.

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