Líderes árabes enfrentam a ira de seus cidadãos contra guerra

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os líderes do mundo árabe e muçulmano enfrentam neste domingo as iradas manifestações de seus cidadãos em protesto contra a guerra liderada pelos Estados Unidos contra o regime iraquiano. Neste domingo, o jornal ad-Dustour, de Amã, a capital jordaniana, publicou em sua primeira página uma foto do canal de televisão árabe Al-Jazira de um menino iraquiano com a cabeça ferida. Os muçulmanos extremistas exigem uma guerra santa (jihad) contra o Ocidente e novas ações terroristas, além da ruptura das relações diplomáticas com os EUA e o boicote contra os pordutos americanos e britânicos. Milhares de pessoas que gritavam "Morte aos EUA!" encheram as ruas de várias cidades do mundo islâmico, incentivados pelos sernões de seus imãs e outros líderes religiosos. Na Arábia Saudita, onde seus dirigentes vigiam as mesquitas e o que é dito dentro delas, alguns clérigos utilizaram a Internet para exigir represálias violentas contra os EUA e seus aliados. Na Indonésia, o maior país muçulmano do mundo, extremistas islâmicos que protestavam contra a guerra disseram que matar o presidente George W. Bush seria legal segundo a lei islâmica, enquanto no Paquistão milhares de manifestantes repetiam "Morte aos EUA!". Entre os setores mais moderados dos países árabes, que consideram Saddam Hussein um tirano odioso que deveria renunciar e abandonar o país, seus integrantes disseram que a invasão "preventiva" de tropas estrangeiras ao Iraque, sem que tenha havido uma provocação, criará muito mais problemas do que soluções. "O Iraque ganhou amplamente no primeiro assalto", disse Mustafá Hamarneh, cujo Instituto de Estudos Estratégicos na Universidade da Jordânia acompanha de perto as reações da opinião pública. "Os bombardeios têm um impacto tremendo nas pessoas". Acrescentou que a resistência iraquiana em Umm Qsar e em outras frentes elevou a estatura de Saddam e atraiu para ele a simpatia do mundo árabe por causa da agressão. Saddam - acrescentou - está sendo visto como um herói, e "agora os americanos têm um grande problema em suas mãos". Veja o especial :

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