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Líderes da América Latina vão a Caracas apesar de ausência de Chávez

Presidentes devem participar de atos organizados pelo partido governante na Venezuela para apoiar o líder bolivariano

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - Apesar de o presidente venezuelano Hugo Chávez não poder tomar posse no país nesta quinta-feira, como foi anunciado terça-feira pelo governo, presidentes da América Latina viajarão a Caracas para participar de atos organizados pelo partido governante na Venezuela.

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O presidente do Uruguai, José Mujica, viajou nesta quarta-feira, 9, para Caracas. Ele viajou em um voo comercial que fará escala em Lima e está acompanhado de uma pequena delegação, na qual está o vice-chanceler Roberto Conde, informaram fontes da Presidência uruguaia.

O objetivo da viagem, fortemente criticada por vários políticos opositores no Uruguai, é "apoiar o governo e o povo da Venezuela", disse Mujica na véspera.

O líder boliviano, Evo Morales, também confirmou que estará em Caracas. Os atos que serão realizados têm o objetivo de "confirmar o triunfo nas eleições venezuelanas (em 7 de outubro) e expressar a solidariedade dos diversos líderes latino-americanos, entre eles do presidente Evo Morales, ao presidente Hugo Chávez, ao governo venezuelano e ao povo", disse a ministra de Comunicação da Bolívia, Amanda Dávila.

Cristina Kirchner, presidente argentina, ainda não confirmou se viajará para a Venezuela, mas o chanceler Héctor Timerman estará em Caracas representando o país. "Com a presença do chanceler, o governo argentino expressa seu apoio explícito ao governo da República da Venezuela e a todo o povo venezuelano", informou a chancelaria. "A América Latina está unida em seus melhores desejos para a recuperação da saúde do presidente venezuelano, Hugo Chávez Frías."

O ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo, destituído do poder em junho do ano passado, também viajou nesta quarta-feira para Caracas.

Ausências

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O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, desistiu de viajar a Caracas após ficar sabendo que o líder bolivariano não poderá comparecer à cerimônia de posse.

É certo que Federico Franco, presidente do Paraguai, também não estará na Venezuela nesta quinta-feira. Chávez não reconhece o governo de Franco, que assumiu após o impeachment do de Lugo.

A presidente brasileira, Dilma Rousseff, também não deve ir a Caracas, de acordo com Marco Aurélio Garcia, assessor internacional da Presidência. "Não há tradição da presença (de presidentes brasileiros) na posse dos presidente venezuelanos, sobretudo no caso atual, que se trata de um segundo mandato", informou Garcia.

Os chefes de Estado do Peru, Guatemala, México e Costa Rica também não devem viajar a Caracas.

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Constituição

Ao informar que Chávez não estaria presente na cerimônia de posse, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello - lendo carta do vice-presidente, Nicolás Maduro - fez menção aos dois argumentos levantados pelos chavistas que permitiriam a continuidade do presidente em suas funções: a licença de 90 dias concedida pelo Legislativo e a “razão de força maior” que permitiria – na visão de seus partidários – a Chávez fazer o juramento ante o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), em data não estabelecida, de acordo com o artigo 231 da Constituição.

A oposição tem uma interpretação diferente da Carta. Para os antichavistas, o artigo 234, que prevê que diante da impossibilidade do presidente eleito assumir o cargo, o chefe do Legislativo deve assumir o poder e convocar novas eleições, é o que vale.

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Com informações da Efe e da AP

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