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Líderes de Hamas e Fatah viajam a Meca para novos diálogos

Encontro mediado pela Arábia Saudita seria um último esforço para cessar conflitos

Por Agencia Estado
Atualização:

Líderes do Hamas e do Fatah foram nesta terça-feira a Meca, cidade islâmica mais importante, em um último esforço para cessar o conflito sangrento entre as facções. O intermédio saudita seria a chave para possíveis diálogos futuros com Israel e para amenizar o poder crescente do Irã. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, do partido moderado Fatah e Khaled Mashaal, líder do movimento militante Hamas, voaram para a cidade saudita de Jidda, antes de encontrarem o intermediador King Abdullah em Meca. Quatro dias de luta armada entre as duas facções deixaram mais de 30 mortos até o cessar-fogo de domingo à tarde. Quando o primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, deixou a Faixa de Gaza nesta terça-feira, Hamas e Fatah trocaram tiros por 10 minutos na divisa Egito-Gaza. "Ninguém quer que a batalha continue", disse Haniyeh aos repórteres após cruzar a linha para o Egito. Em entrevista ao jornal libanês Al-Akhbar, Abbas avisou que uma falha em Meca "significaria a deterioração da situação interna e ignição da guerra civil". A reunião em Meca também é um teste para a Arábia Saudita, aliado dos EUA. O reino, que normalmente prefere diplomacia por baixo dos panos, assumiu um novo papel ao tentar resolver o conflito palestino, assim como controlar os conflitos com Iraque e Líbano. Muito dessa mudança se deve ao medo de que tensões entre xiitas e sunitas, alimentadas pelos problemas no Iraque e no Líbano, exploda. Isso desestabilizaria a região, ameaçando a própria Arábia Saudita, majoritariamente sunita mas com significante minoria xiita.

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