31 de janeiro de 2018 | 15h42
BOGOTÁ - Os chefes da guerrilha colombiana Exército de Libertação Nacional (ELN), cujo diálogo com o governo está suspenso, se refugiam na Venezuela, disse nesta quarta-feira, 31, o comandante das Forças Militares da Colômbia.
+ Equador responsabiliza dissidência das Farc por ataque a delegacia
"A resposta é sim. É uma resposta muito, muito clara", disse o general Alberto Mejía em entrevista à W Radio ao ser questionado se os líderes deste grupo rebelde usavam o país vizinho para se esconder.
Mejía garantiu que nos últimos vinte dias agentes do governo abateram e capturaram seis líderes da frentes do ELN que estavam "dando a cara (a tapa) na Colômbia".
"Os verdadeiros chefes estão fora do país, então tem uma mensagem que quero enviar: os que estão na Colômbia continuarão caindo e os outros, mesmo distantes, muito bem acomodados, seguirão vendo seus subalternos cair", disse o militar.
A ofensiva de Bogotá contra o ELN marca uma escalada do conflito armado em meio à crise que interrompeu as conversações de paz com o grupo, que se insurgiu e pegou em armas em 1964.
+ ELN assume autoria de atentado a bomba que matou 5 policiais em Barranquilla
Mejía não deu detalhes sobre a identidade dos líderes do grupo guevarista que viveriam na Venezuela e também não disse em que lugar do país vizinho eles estariam.
O líder máximo do ELN é Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como "Gabino", que faz parte do Comando Central (Coce), o órgão máximo de decisão dos rebeldes.
Também formam o Coce os comandantes Gustavo Aníbal Giraldo ("Pablito"), Jaime Galvis Rivera ("Ariel" ou "Luis Alcantuz"), Israel Ramírez ("Pablo Beltrán"), chefe da delegação de paz, e Eliécer Herlinton Chamorro ("Antonio García"), também membro da equipe negociadora.
O general colombiano também afirmou que, por meio de informações de inteligência, o Exército colombiano detectou que cidadãos venezuelanos chegaram ao país e se uniram às fileiras rebeldes.
A procuradoria da Colômbia afirmou na terça-feira que dois venezuelanos eram considerados suspeitos de participar de um atentado com bomba contra uma delegacia que deixou 5 mortos e 41 feridos no sábado em Barranquilla.
A autoria do ataque foi reivindicada pelo ELN, o que fez o presidente Juan Manuel Santos congelar a segunda-feira os diálogos iniciados há um ano em Quito, no Equador.
+ Conflito entre ELN e dissidentes das Farc deixa 13 mortos na Colômbia
A Venezuela é um dos seis países garantidores das negociações com o ELN, reconhecida pelo governo colombiano como a última guerrilha em atividade no país.
Colômbia e Venezuela, que compartilham 2,2 mil quilômetros de fronteira, mantém relações diplomáticas tensas. Santos qualificou de "ditadura" o governo de Nicolás Maduro e há quase uma década Bogotá acusa as autoridades venezuelanas de refúgio aos chefes guerrilheiros. / AFP
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.