10 de julho de 2009 | 14h51
Os chefes de Estado do G8, as sete nações mais industrializadas do mundo mais a Rússia, anunciaram, nesta sexta-feira, um pacote de investimentos de US$ 20 bilhões no período de três anos para fomentar a produção de alimentos em países em desenvolvimento, com ênfase especial para a África.
O investimento anunciado é US$ 5 bilhões maior que o anteriormente esperado.
Jacques Diouf, diretor-geral da FAO, a agência da ONU para alimentos e agricultura, elogiou a iniciativa dos líderes do G8 de incentivarem mais a agricultura e menos os pacotes de ajuda alimentar.
"Estou convencido de que (os líderes do G8) cumprirão a promessa, não apenas por questões éticas naturais, mas também por razões econômicas e para garantir a paz e a segurança do mundo", disse Diouf.
Nem todos os recursos anunciados para agricultura são necessariamente novos. Parte desta verba já vinha sendo destinada por países ricos para o desenvolvimento da agricultura em países pobres.
Agências humanitárias cobram, no entanto, mais de US$ 23 bilhões que teriam sido prometidos pelos líderes do G8 em um encontro na Escócia, há quatro anos.
"Obrigação moral"
Segurança alimentar foi o principal tema de discussão dos líderes do G8 nesta sexta-feira, na Itália.
Em uma coletiva de imprensa ao final do encontro do G8, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que os países ricos têm a "obrigação moral" de ajudar os países subdesenvolvidos nessa área.
"A questão da segurança alimentar é de tremenda importância. Nós temos 100 milhões de pessoas que caíram em condições ainda mais graves de pobreza em consequência da recessão e estimamos que 1 bilhão de pessoas passem fome em todo o mundo", disse o presidente americano.
"Os países ricos têm a obrigação moral, assim como interesses de segurança nacional, de ajudar. Temos que cumprir estas responsabilidades".
Obama também afirmou que o pacote anunciado nesta sexta-feira não deve ser considerado um "fim em si".
"Acreditamos que o propósito desse pacote é ajudar as pessoas a se tornarem autossuficientes e melhorar seus padrões de vida".
O governo americano deve contribuir com cerca de US$ 3,5 bilhões para o programa.
Nesta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos ainda se encontra com o papa Bento 16, no Vaticano, e parte para uma viagem oficial de um dia a Gana, na África.
Na quinta-feira, ao fim de uma reunião para tentar chegar a um acordo sobre cortes de emissões de gases que provocam o efeito estufa, líderes das 17 principais economias do mundo divulgaram uma nota concordando sobre a necessidade de manter o aquecimento global médio em no máximo 2º em relação aos níveis pré-industriais.
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