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Líderes do Japão e Coréia do Sul decidem se encontrar

Em conversa telefônica, premier japonês e presidente sul-coreano concordaram em se encontrar para fortalecer as relações entre os países vizinhos

Por Agencia Estado
Atualização:

Os líderes do Japão e da Coréia do Sul concordaram, nesta quinta-feira, em realizar reunião pela primeira vez em quase um ano, a fim de amenizar as tensas relações entre os dois países. O premier japonês, Shinzo Abe, afirmou querer conversar o quanto antes. Abe e o presidente de Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, programaram o encontro durante conversa telefônica de 20 minutos de duração, no início da quinta-feira. "Convidei Roh a conversar sobre os assuntos mais importantes o quanto antes for possível", disse Abe a repórteres. "Eu disse que gostaria de construir uma relação baseada na confiança, que nos possibilita manter um contato próximo". Roh respondeu com entusiasmo, de acordo com o porta-voz de Abe, Hiroshige Seko. O gabinete de Roh afirmou em declaração que ele enfatiza a importância "do respeito e confiança mútua" entre os dois países. A declaração afirma que os dois podem discutir também o programa de armas nucleares da Coréia do Norte. Desde o ano passado, o presidente sul-coreano se recusa a se encontrar com o ex-premier Junichiro Koizumi como protesto por suas visitas a um templo de guerra em Tóquio considerado uma glorificação do militarismo, chamado Yasukuni . Os dois se encontraram pela última vez em novembro de 2005. Ainda na quinta-feira, o secretário-chefe do gabinete de Abe, Yasuhisa Shiozaki, negou que Roh e Abe tenham falado sobre o templo Yakusuni. Abe valoriza muito visitas ao templo, mas diferente de seu antecessor, não prometeu uma peregrinação como premier. A última vez que o premier visitou o templo foi em abril. O encontro entre os líderes seria um progresso entre os dois países vizinhos, que ainda lutam para superar as memórias amargas da violenta colonização japonesa da península da Coréia, entre 1910 e 1945. As visitas de Koizumi ao Yakusunim que honra criminosos de guerra, entre os 2.5 milhões de japoneses mortos em guerra, inflamou o sentimento na Coreis de que o Japão n~]ao sente um arrependimento real do seu passado imperialista. O Japão e a Coréia do Sul também disputam a propriedade de algumas ilhotas no mar entre eles. As ilhas estão sob domínio da Coréia do Sul, mas o Japão alega ser território japonês. O acordo de um encontro com a Coréia do Sul surge entre os esforços em conseguir também uma reunião com o presidente chinês Hu Jintao. A China também vinha boicotando Koizumi, e os dois se encontraram pela última vez em abril de 2005, em um encontro regional em Jacarta, Indonésia.

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