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Líderes mundiais condenam ataques contra igrejas na Nigéria

Investigações iniciais mostram que ataques foram 'atos terroristas' diz Casa Branca; Grã-Bretanha e Alemanha falam em 'covardia'.

Por BBC Brasil
Atualização:

Vários líderes internacionais condenaram os ataques que deixaram pelo menos 39 mortos neste domingo na Nigéria. A Casa Branca afirmou que os ataques foram de uma "violência sem sentido", e o Ministério das Relações Exteriores britânico disse que os ataques foram atos de "covardia". Líderes da França, Alemanha e Itália também criticaram os ataques. Os atentados ocorreram em diferentes pontos da Nigéria e com apenas horas de diferença. O primeiro ataque ocorreu perto de uma igreja em Madalla, nos arredores da capital da Nigéria, Abuja, matando 35 pessoas. No momento da explosão estava sendo realizada a missa de Natal na igreja com capacidade para até mil pessoas. Outras quatro pessoas morreram em ataques em outras partes da Nigéria, um na cidade de Jos, perto de outra igreja católica, e outros dois nas cidades de Damaturu e Gadaka, no norte do país. Os ataques foram assumidos pelo grupo islâmico fundamentalista Boko Haram. Analistas acreditam que os ataques quase simultâneos têm sinais de uma ofensiva coordenada por parte dos militantes islâmicos fundamentalistas. O Boko Haram - cujo nome significa ''educação ocidental é proibida'' - costuma ter instituições do governo, igrejas e organizações internacionais como alvos de seus ataques. Em agosto de 2011, a organização realizou um ataque contra a sede da ONU em Abuja, em que mais de 20 pessoas foram mortas. 'Atos terroristas' A Casa Branca divulgou um comunicado afirmando que investigações iniciais mostraram que os ataques foram "atos terroristas" e prometeu ajudar a Nigéria a punir os responsáveis. "Condenamos estes ataques violentos e sem sentido e a trágica perda de vidas no dia de Natal. Oferecemos nossos pêsames sinceros ao povo nigeriano e especialmente para aqueles que perderam familiares e entes queridos", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, falou de sua "solidariedade com a luta (da Nigéria) contra o terrorismo". O ministro do Exterior da Alemanha, Guido Westerwelle, disse que "mesmo no dia de Natal, o mundo não é poupado da covardia e do medo do terrrorismo." "Estes foram ataques covardes contra famílias reunidas em paz e em oração para celebrar um dia que simboliza harmonia e boa vontade entre as pessoas", disse o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague. O governo de Israel afirmou que vai enviar ajuda médica para a Nigéria e também condenou os ataques. O Vaticano divulgou neste domingo uma mensagem afirmando que o ataque contra as igrejas nigerianas foi um ato "de violência terrorista cego, absurdo e que estimula o ódio". O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, afirmou que os ataques foram uma "afronta à nossa segurança e liberdade". "Os nigerianos precisam se unir e condenar (os ataques)", disse o presidente, que é cristão. "Quero garantir a todos os nigerianos que o governo não vai esquecer sua determinação para levar à Justiça todos os responsáveis", acrescentou. Onda de violência Ao longo desta semana, quase 70 pessoas foram mortas durante combates entre forças da Nigéria e pistoleiros ligados ao Boko Haram, na região nordeste do país. Em entrevista à BBC, Yushau Shuaibu, porta-voz das forças de emergência da Nigéria, a explosão em Madalla danificou seriamente a igreja. Casas em volta da igreja também ficaram muito danificadas pela explosão. De acordo com o editor da BBC África, Martin Plaut, o ataque em Jos, situada no chamado Cinturão do Meio, entre as regiões norte, predominantemente islâmica, e o sul, de maioria cristã, pode ter impactos ainda mais perigosos que o atentado perto de Abuja. Mais de mil pessoas foram mortas em atos de violência religiosa e étnica em Jos nos últimos dois anos. De acordo com o editor da BBC África, há temores de que o mais recente ataque possa desencadear um conflito de grandes proporções. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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