Líderes mundiais pressionam Trump sobre clima no início de cúpula do G-20

Brasil, Rússia, Índia e China divulgaram comunicado conjunto pressionando pela implantação do acordo climático de Paris; premiê britânica, Theresa May, disse que líderes exortarão Trump a reconsiderar sua decisão sobre o acordo de Paris

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Por Redação
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HAMBURGO, ALEMANHA - Líderes mundiais aumentaram a pressão para que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, faça concessões em relação ao clima e ao comércio no início da cúpula do G-20 na Alemanha, em meio a confrontos entre policiais e manifestantes.

Em um comunicado conjunto emitido enquanto os líderes mundiais se reuniam em um vasto centro de convenções de Hamburgo, o grupo do Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia e China, pediu em comunicado que o G-20 pressione pela implantação do acordo climático de Paris, apesar de Trump ter decidido retirar seu país do pacto no mês passado.

Líderes de Brasil, Rússia, Índia e China aproveitaram a cúpula do G-20 para pressionar os colegas pela adoção do Acordo Climático de Paris Foto: AFP PHOTO / PIB

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"O acordo de Paris contra a mudança climática é um consenso importante que não vem facilmente e não deve ser abandonado facilmente", disse o presidente chinês, Xi Jinping.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que os líderes do G-20 exortarão Trump a reconsiderar sua decisão sobre Paris. "Não iremos renegociar o acordo de Paris, ele permanece, mas quero ver os EUA procurando maneiras de voltar a ele", disse ela à rede BBC.

A reunião ocorre em um momento de grandes alterações no cenário geopolítico global, no qual as políticas da "América em Primeiro Lugar" adotadas por Trump estão aproximando a Europa e a China.

Trump conversará com o presidente russo, Vladimir Putin, pela primeira nesta sexta-feira, um encontro que será acompanhado com atenção devido às alegações de agências de inteligência dos EUA de que Moscou interferiu na eleição americana para ajudar Trump a vencer.

A cúpula também aproxima Trump e Xi em um momento no qual Washington está aumentando a pressão para que Pequim contenha a Coreia do Norte, além de ameaçar os chineses com medidas comerciais punitivas.

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Em meio aos grandes egos e aos conflitos aparentemente intratáveis, a chanceler alemã e anfitriã, Angela Merkel, enfrenta a tarefa intimidante de guiar seus colegas rumo a um consenso sobre comércio, clima e migração - todos temas que se tornaram mais polarizados desde que Trump assumiu a Casa Branca em 20 de janeiro.

Ela terá uma eleição em pouco menos de dois meses e não pode parecer submissa a Trump, que é profundamente impopular na Alemanha, e tampouco irá se mostrar disposta a um confronto declarado que poderia agravar as tensões com Washington.

"Existe um equilíbrio bastante delicado que Angela Merkel terá que navegar de certa maneira, porque não está claro que ser agressivo não irá só criar um problema de credibilidade ainda maior para a cooperação do G-20", disse o ministro das Finanças da Indonésia, Sri Mulyani Indrawati, em uma entrevista. / REUTERS

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