CARACAS - Vários líderes opositores venezuelanos culparam nesta segunda-feira, 3, os governos de Cuba e da Venezuela pela vitória do "não" no plebiscito realizado no domingo sobre o acordo de paz assinado entre o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Com o resultado das urnas "não se perde a paz na Colômbia, se perde uma maneira de impor um determinado conceito de paz", garantiu em seu programa na emissora local RCR o secretário-executivo da Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba.
De acordo com a opinião do porta-voz da principal aliança contra Hugo Chávez, foi "derrotado o projeto castro-chavista", como se referem alguns opositores à ideologia dos governos do ex-presidente cubano Fidel Castro e do próprio Chávez.
Torrealba considerou "indubitável" o envolvimento destes países nos quatro anos de negociações entre o governo colombiano e a guerrilha, nas quais Cuba e Venezuela atuaram como fiadores e acompanhantes.
Se o "sim" tivesse ganhado, "hoje haveria caviar e champanhe em Caracas e em Havana", afirmou o opositor venezuelano.
"Esta derrota se soma ao que ocorreu no Brasil, à defenestração de Dilma (Rousseff), ao que aconteceu na Argentina, ao que ocorreu com Evo Morales no referendo boliviano, à decisão de (Rafael) Correa de não tentar a reeleição, eles estão se retirando", disse.
Por sua vez, o presidente do Parlamento venezuelano, o também opositor Henry Ramos Allup, afirmou que "os colombianos não rejeitaram a paz, mas o texto do acordo proposto pelo governo de (Juan Manuel) Santos e os porta-vozes das Farc".
Veja abaixo: Colômbia vive momento de incerteza
Em uma série de mensagens no Twitter, o líder recomendou que sejam retomadas as conversas entre o governo colombiano e "a guerrilha", e que para isso devem "excluir os cubanos do processo".
"Definitivamente: o que o regime cubano toca apodrece. Raúl Castro, Santos e a guerrilha narcoterrorista são os grandes derrotados", afirmou.
Além disso, o ex-candidato à presidência do país caribenho Henrique Capriles considerou na mesma rede social que "ontem não perdeu a paz na Colômbia. O povo decidiu que o acordo deve ser revisado”. / EFE