BRUXELAS - O ex-presidente autônomo da Catalunha Carles Puigdemont, destituído do cargo após declarar a independência da região, afirmou nesta quarta-feira, 6, que permanecerá na Bélgica, um dia depois de a Justiça espanhola retirar a ordem de prisão europeia contra ele.
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“No momento, ficaremos aqui”, assegurou Puigdemont em coletiva de imprensa no hotel Husa Presidente Park, em Bruxelas, acompanhado dos quatro membros de seu governo e parte de sua equipe de advogados.
Junto ao líder catalão, candidato às eleições regionais de 21 de dezembro pelo partido 'Junts per Catalunya', estavam Antoni Comín, Meritxell Serret, Lluís Puig e Clara Ponsatí. Em caso de vitória das forças separatistas nas eleições, Puidemont deu a entender que ele e seu partidários poderão voltar à Catalunha.
Na véspera, a Justiça espanhola retirou o pedido para a extradição de Puigdemont, preferindo esperar sua volta à Espanha para detê-lo. Desde 27 de outubro, quando o Parlamento catalão declarou a independência unilateralmente e o governo espanhol de Mariano Rajoy respondeu tomando o controle da região e convocando essas eleições, a Catalunha vive com um olho nas eleições e outro nos tribunais.
Em uma manobra inesperada, o juiz Pablo Llarena, do Tribunal Supremo, decidiu retirar a ordem de prisão europeia emitida em 3 de novembro contra Puigdemont e quatro de seus ministros. Todos são investigados por rebelião, sedição e malversação por impulsionar o processo de separação que culminou na frustrada proclamação de uma república independente.
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A decisão coincide com o lançamento da campanha para eleições gerais na Catalunha, nas quais os independentistas têm perdido apoio. O plano de separação unilateral fracassou e seus principais líderes estão na prisão ou no exterior.