ROMA - A região da Lombardia, no norte da Itália, solicitou o uso do Exército para impedir que pessoas saiam às ruas, rompendo a ordem de quarentena. A área é uma das mais afetada pela pandemia de coronavírus que já vitimou mais de 3 mil pessoas no país.
Nesta sexta, 20, o pedido de intervenção foi enviado ao primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, e ao chefe-de-Estado, Sergio Mattarella.
"A presença dos militares tem um grande efeito de dissuasão, as pessoas pensam duas vezes antes de sair de casa quando veem passar uma patrulha do Exército", declarou o governador do Estado, Attilio Fontana, durante uma entrevista à rádio Mattino Cinque.
A Itália ultrapassou a China e já é o país com mais mortes registradas por coronavírus, com 3.405 óbitos. Do total, 2.168 mortes ocorreram na Lombardia. A região tem 13.938 dos 33.190 casos confirmados da doença no país.
De acordo com o governo lombardo, a decisão de pedir a intervenção do Exército foi tomada em razão do grande número de pessoas que ainda descumprem as indicações de quarentena do governo.
"Pedi a eles que as normas sejam aplicadas de maneira mais rigorosa", disse Fontana.
O governador ainda indicou a possibilidade de transferir alguns enfermos para outras regiões do país, uma vez que o sistema de saúde local está praticamente entrando em colapso. Apesar disso, pontuou que há pouca probabilidade da medida ser posta em prática: "o resto do país tem seus próprios problemas".
"Nossos médicos estão no limite, não podem fazer mais. Estou muito preocupado com a possibilidade que nossos médicos, enfermeiros ou motoristas de ambulância venham a perecer fisicamente", alertou./ EFE