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Londres e Washington não devem coordenar processo de paz no Líbano

Segundo a ONU, o Reino Unido deve ter um papel mais modesto na solução do conflito, e os EUA devem permitir que outros países compartilhem a liderança

Por Agencia Estado
Atualização:

Estados Unidos e Grã-Bretanha, países que lideraram o ataque ao Iraque, não são os mais indicados para coordenar um esforço diplomático para resolver a atual crise entre Israel e o Líbano, declarou o vice-secretário-geral das Nações Unidas, Mark Mallock Brown, em entrevista ao jornal Financial Times. Segundo Brown, o Reino Unido deve ocupar um papel mais modesto na solução do conflito, e os Estados Unidos devem permitir que outros países compartilhem a liderança. "Não é bom criar a impressão de que a liderança está nas mãos do mesmo grupo de países que assumiu a responsabilidade no conflito iraquiano. Não pode ser uma negociação entre EUA, Reino Unido e Israel", acrescentou. Brown mandou um recado claro à diplomacia das duas potências: "Um dos meus primeiros chefes me ensinou que é importante saber não só quando dirigir mas também quando seguir os outros". Segundo Malloch Brown, a imagem dos dois aliados assumindo um papel de liderança na solução do conflito entre Israel e o Hezbollah pode criar a impressão de que vai se repetir o que aconteceu no Iraque. O alto funcionário da ONU aconselhou Londres a assumir um papel construtivo e discreto. Porém, reconheceu a importância de Washington num processo de paz. Para ele, o comando das negociações deve ficar com os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush, e da França, Jacques Chirac. Os parceiros preferenciais seriam o rei Abdullah, da Jordânia, e o presidente egípcio, Hosni Mubarak. Mas de forma alguma o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair.

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