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Londres: operação antiterrorismo visava fábrica de bombas

Segundo a polícia, o homem baleado durante a ação não corre risco de vida

Por Agencia Estado
Atualização:

Agentes do esquadrão antiterrorismo da Polícia Metropolitana de Londres atiraram em um homem durante a invasão de uma casa no leste da cidade nesta sexta-feira. A polícia informou que realizou a ação depois de receber informações que exigiram "investigação intensa" e que o homem não corre risco de vida. Dezenas de policias usando roupas especiais e máscaras de gás invadiram a residência em Lansdown Road, no bairro de Forest Gate, por volta das 4 horas da manhã (horário local). Fontes que participaram da operação afirmam que a residência invadida era suspeita de servir como uma fábrica de bombas, como informa o jornal The Times. O homem, de 23 anos, ferido durante a invasão, foi encaminhado para o Hospital Royal de Londres. Segundo fontes policias o rapaz não corre risco de vida. Ele foi preso ainda no hospital sob suspeita de preparação e instigação de atos terroristas. Outro suspeito, um homem de 20 anos, foi preso durante a operação sob o Ato de Terrorismo e será mantido em uma prisão de alta segurança na delegacia de Paddington Green. "Uma investigação feita por policiais confirma que apenas um disparo foi realizado em circunstâncias que ainda estão sob investigação", afirmou Deborah Glass, da Comissão Independente de Queixas Policiais. Ela se recusou a confirmar se a vítima do disparo estava armada. Inteligência A polícia não descreveu a natureza da ação de inteligência que resultou na invasão, e afirmou que as investigações na casa poderão durar alguns dias. "Por causa da natureza muito específica da inteligência, planejamos uma operação que foi designada a atenuar qualquer ameaça ao público, seja por armas ou substâncias perigosas", alegou o Chefe do Esquadrão Antiterrorista da Scotland Yard, Peter Clarke. "Alguns policiais estavam armados, outros usavam roupas protetoras", acrescentou Clarke por meio de um comunicado da Polícia Metropolitana. Segundo o Times, a operação foi realizada em conjunto com agentes da MI5 e outros serviços de inteligência, que monitoravam a área há meses. Testemunhas dizem que a polícia entrou silenciosamente no bairro, composto por moradores de várias nacionalidades, antes da madrugada. Moradores afirmaram terem visto um homem com uma camiseta ensangüentada sendo levado para fora da casa. Duas outras pessoas que estavam na residência no momento da invasão foram levadas para o hospital, possivelmente em estado de choque, informou uma porta-voz da polícia sob condição de anonimato. As duas pessoas foram liberadas em seguida. Vizinhos afirmam que os moradores da residência, um homem, uma mulher e seus quatro filhos adolescentes são de ascendência bengali e vivem no local há quatro anos. O comerciante Salim Mala, morador do bairro, descreveu a região como "um bairro misto", com residentes paquistaneses, bengalis, europeus do leste e britânicos. O jornal britânico The Guardian cita fontes policias que informaram que a ação não teve ligação com os atentados terroristas contra o transporte público em Londres em 2005. Jean Charles Este foi o primeiro tiroteio envolvendo a polícia Metropolitana durante uma operação antiterrorista desde a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, em uma estação de metrô, em julho de 2005 em Londres. A decisão do Ministério Público britânico (CPS ou Crown Prosecution Service, em inglês) sobre o possível indiciamento de policiais envolvidos na morte do brasileiro não deve acontecer antes de junho, segundo o órgão. Em janeiro, uma comissão de enviados do governo brasileiro a Londres ouviu do CPS que a decisão de abrir ou não processos criminais no caso aconteceria em abril. "Estamos agora num estágio da análise das investigações em que podemos dar uma indicação mais bem informada sobre quando nossa decisão será tomada", diz um comunicado do CPS.

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