
22 de junho de 2011 | 00h00
BRASÍLIA
A crise entre Argentina e Grã-Bretanha pela soberania das Ilhas Malvinas foi um dos temas da conversa entre o chanceler Antonio Patriota e o vice-premiê britânico, Nick Clegg, que chegou ontem para uma visita de três dias ao Brasil. Segundo o jornal The Telegraph, Londres quer que o Brasil evite apoiar a nova ofensiva diplomática argentina pela soberania das Malvinas.
Clegg chegou acompanhado pelos ministros das pastas da Ciência, Esportes e Comércio, além de uma comitiva de empresários. Passando por uma grave crise econômica, Londres busca ampliar o comércio bilateral com o Brasil e explorar projetos no setor energético. As Malvinas, porém, entraram na pauta em razão do recente bate-boca entre argentinos e britânicos, que se radicalizou depois que o premiê David Cameron disse que a situação das ilhas só será negociada quando a população local quiser.
A presidente argentina, Cristina Kirchner, disse que as declarações de Cameron eram "expressões de mediocridade, quase estupidez". Na visita, Clegg pretende moderar a retórica e tocar em um assunto delicado: a decisão brasileira de não permitir, em janeiro, que um navio da Marinha britânica, que ia rumo às Malvinas, ancorasse no Rio de Janeiro.
Muito atrasado, Clegg disse a Patriota que o tema seria discutido mais extensivamente com o ministro da Defesa Nelson Jobim, que visitará Londres em julho. "Queremos manter uma retórica moderada. Isso não significa que não continuamos com nossa determinação de proteger a soberania das Malvinas", disse o vice-premiê.
Durante a visita, Clegg deve reafirmar o apoio de Londres à reivindicação brasileira de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
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