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Lugo destitui cúpula do Exército ''Festa marxista'' derruba militares

Por EFE
Atualização:

Era para ser uma festa da juventude marxista sul-americana, com bandeiras vermelhas e pôsteres de ícones comunistas, além de discursos, aplausos e festa. O Paraguai, governado por um ex-bispo adepto da Teologia da Libertação, foi o anfitrião do 2º Acampamento Latino-Americano de Jovens pela Mudança, que reuniu 1.229 jovens de 5 países da região - incluindo o Brasil - entre os dias 6 e 10, em Assunção. Mas o fórum teve como sede uma instalação militar e o que era para ser um alegre acampamento terminou com a destituição de quase todo o alto comando militar paraguaio, além de pedidos da oposição para que dois ministros renunciassem. Sob pressão dos adversários - inconformados com o uso político de uma instalação militar -, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, teve de destituir o comandante do Exército, o general Alfredo Machuca, o chefe da Marinha, o contra-almirante Rubén Valdez, e o chefe do Comando de Engenharia do Exército, o coronel Felipe Santiago Cañete, responsável pela administração do local do encontro que tinha como cartaz de divulgação um pôster de Ernesto Che Guevara. Valdez declarou que a estada dos jovens havia sido permitida "por ordem do presidente Lugo", que negou a informação. Além de ceder o quartel, o governo também repassou aos organizadores mais de US$ 19 mil por meio da Usina Hidrelétrica Binacional Yacyretá, administrada em parceria com a Argentina. O caso fez com que o diretor paraguaio da hidrelétrica, Carlos Cardozo, restituísse ontem o dinheiro aos cofres da empresa. Animada com o estrago político, a oposição pediu a renúncia do ministro da Emergência Nacional, Camilo Soares, e da ministra da Juventude, Karina Rodríguez.

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