Lula aceita ir a reunião no Chile

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Por Tania Monteiro
Atualização:

Em sua primeira manifestação pública sobre o conflito na Bolívia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que aceita ir à reunião de urgência convocada pela presidente do Chile, Michelle Bachelet, dos presidentes da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), mas ressalvou que o encontro será inócuo se ele não ocorrer com a concordância do governo e da oposição bolivianos. "Não temos o direito de tomar nenhuma decisão, sem que haja concordância do governo boliviano e da oposição. Senão, será ingerência de um país na soberania de outro e isso o Brasil não fará em hipótese alguma", afirmou Lula. Ele destacou que desde quinta-feira tem conversado com os presidentes Evo Morales, da Bolívia, Cristina Kirchner, da Argentina, e Hugo Chávez, da Venezuela. Lula fez um apelo a todos os setores da Bolívia para que se entendam. "A melhor solução para resolver um conflito é a negociação, por isso eu queria fazer um apelo ao povo boliviano, aos empresários, aos trabalhadores, ao governo e à oposição, que permitam que a Bolívia encontre seu destino, fortalecendo sua democracia, suas instituições e se desenvolvendo, pois a Bolívia precisa disso", comentou o presidente. Ao mesmo tempo em que chamou todos para o diálogo, Lula criticou a oposição boliviana por estar prejudicando o maior bem do país: a produção de gás. "Entendo que a oposição precisa fazer as manifestações que quiserem fazer. Mas não é possível aceitar a violência, quebrar o gasoduto, prejudicando seus parceiros como Brasil e Argentina", desabafou. Lula disse que pretendia conversar com a presidente chilena e se a reunião for mantida para amanhã no Chile pretende comparecer. Mas insistiu que é preciso que a Bolívia concorde com a interferência.

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