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Lula chegou a se emocionar com notícia, diz assessor

Segundo Marco Aurélio Garcia, medida é vitória dos direitos humanos e governo brasileiro atua em outras negociações

Por Tania Monteiro
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a ser informado, por seu assessor especial Marco Aurélio Garcia, que a iraniana Sakineh Mohamadi Ashtiani, condenada à morte por adultério e cumplicidade na morte do marido, tinha sido libertada - informação divulgada pela ONG Comitê Internacional contra Execuções."O presidente ficou muito, mas muito satisfeito e emocionado", disse Garcia, ao comentar a "felicidade" de Lula ao receber a notícia. "Mas a notícia ainda não está 100% confirmada", ponderou Garcia, referindo-se ao fato de a liberação da iraniana ter sido noticiada apenas pela organização, e não pelas autoridades do governo do Irã. O assessor especial disse que o Brasil trabalha na libertação de muitas pessoas, além da iraniana. "Temos feito uma série de iniciativas junto a diversos governos. Não temos nos omitido nisso, ao contrário, somos muito ativos", declarou Garcia. Críticas de Dilma. Garcia discordou do que chamou de interpretações da imprensa de que a presidente eleita, Dilma Rousseff, teria criticado o presidente Lula em relação à sua política de direitos humanos. Em entrevista ao jornal The Washington Post, no fim de semana, Dilma mostrou que não teria a mesma posição de Lula na votação da resolução sobre direitos humanos proposta na Organização das Nações Unidas (ONU), em novembro."Não concordo com o modo como o Brasil votou. Não é a minha posição", afirmou Dilma, que vinha evitando fazer comentários sobre a decisão do Itamaraty.O Brasil absteve-se na votação do documento que condenava medidas como amputações, chibatadas e apedrejamentos no Irã. Na entrevista, Dilma criticou as práticas "medievais que são aplicadas quando se trata de mulheres"."Não sou a presidente do Brasil (hoje), mas ficaria desconfortável, como uma mulher eleita presidente, em não me manifestar contra o apedrejamento." "Não houve crítica da presidente Dilma", reagiu Garcia, explicando que ela apenas fez um comentário sobre o encaminhamento da questão.Outras saudações. O chanceler italiano, Franco Frattini, também chegou a comemorar o anúncio da libertação de Sakineh Ashtiani, declarando que o Irã havia cumprido "um gesto de clemência e compreensão". [ ]O Ministério de Relações Exteriores alemão com satisfação às primeiras informações, mas afirmou que só se manifestaria oficialmente após a confirmação da notícia.

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