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Lula comete gafe ao lembrar invasão no Afeganistão em visita à Rússia

Presidente se encontrou com mandatário russo, Dmitri Medvedev, em seu segundo dia em Moscou

Atualização:

 

MOSCOU - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou uma situação embaraçosa quando, ao lado do presidente russo, Dmitri Medvedev, comentou nesta sexta-feira, 14, que passou "grande parte da sua juventude sendo contra a invasão da Rússia no Afeganistão". Lula contou ainda que leu um artigo do ministro da Agricultura afegão dizendo que "a paz no Afeganistão chama-se Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária)" porque "no dia que existir uma empresa agrícola como esta, que produza alimentos para aquele povo, haverá paz no Afeganistão". Por isso, afirmou, estava mandando os técnicos brasileiros para lá.

 

 

Com o discurso pró-Afeganistão que se estendia e atrasava ainda mais o encerramento da cerimônia - que já passava 45 minutos do horário previsto -, Medvedev fez cara de impaciência ao ouvir as considerações de Lula, e apressou-se em encerrar a entrevista. Quando Lula lembrou que era "tão otimista" que já havia perdido quatro eleições, o presidente russo começou a se levantar e foi logo se despedindo do brasileiro, dizendo: "Nós concordamos com o presidente (Lula), mas nós vamos telefonar um para o outro para conversarmos depois."

 

Pouco antes, um outro constrangimento foi provocado pela tradução do russo para o português e vice-versa. A tradução chegava a pular trechos e citava frases desconexas, o que deixou o presidente da Rússia confuso em relação à pergunta feita pela imprensa brasileira.

 

Questionados se achavam que, se o acordo com o Irã não saísse agora seria, então, impossível evitar as sanções e, de zero a dez, que nota os presidentes dariam para as chances desse acordo com o Irã ser assinado, Medvedev indagou se aquela era uma pergunta ou uma declaração política e pediu para que ela fosse repetida. Lula, então, pediu socorro ao seu assessor: "Traduz aqui."

 

Depois de ouvir a nova versão, Dmitri Medvedev, riu e mostrou-se aliviado. Ele respondeu que, "com otimismo", as chances do acordo com o Irã eram de 30%. Lula, então, emendou: "Ele não está otimista". O presidente brasileiro considerou que tem 99% de chances de convencer os iranianos.

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