PUBLICIDADE

Lula critica iniciativas dos EUA na guerra ao terror

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sustentou, em discurso na conferência "Combatendo o Terrorismo em Prol da Humanidade", no Hotel Inter-Continental Barclay, que o ódio dos extremistas não será dissipado com o emprego de métodos repressivos, mas sim com iniciativas diplomáticas. Lula indicou sua contrariedade com algumas políticas adotadas pelos Estados Unidos. "A detenção de indivíduos exige mandados de prisão e supõe processos reguladores, universalmente aceitos", afirmou o presidente. Outro dado criticado foram as "generalizações simplificadoras" que, segundo Lula, podem gerar estratégias contraproducentes e ser "francamente perigosas". "O terrorismo ganhará eco sempre que aspirações legítimas por representação política ou por justiça social forem sufocadas pela indiferença e pela arbitrariedade", sustentou. O terceiro ponto foi sua advertência de que a associação automática entre terrorismo e pobreza pode levar a uma discriminação injusta contra os países em desenvolvimento. Por fim, o presidente criticou a elaboração de listas de organizações terroristas internacionais como forma de solução para o problema. O presidente alertou, ainda, para o risco de que medidas de segurança se transformem em barreiras não-tarifárias disfarçadas no comércio internacional. Neste caso, ele citou as medidas contra o bioterrorismo, referindo-se a uma lei americana que entrará em vigor no fim deste ano. Ao ler seu discurso em português, Lula cortou sete parágrafos, nos quais sustentaria que uma das formas mais eficazes de combater o terrorismo seria sustar seu financiamento. Nesse trecho, Lula faria sua última crítica à política norte-americana. "O Brasil se preocupa com alegações infundadas quanto à existência de grupos terroristas", diria no trecho que não leu. "Não há qualquer prova de atividade ligada ao terrorismo na região da tríplice fronteira entre Argentina, Paraguai e Brasil", afirma ainda a parte cortada.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.