
04 de outubro de 2009 | 18h25
"Honduras agora é problema da OEA. Eu não discuto mais Honduras", afirmou, ao chegar de um jantar com o primeiro-ministro da Bélgica, Herman Van Rompuy. Depois de participar da reunião do Comitê Olímpico Internacional (COI), em Copenhague, quando o Rio de Janeiro foi escolhida como cidade-sede dos jogos de 2016, Lula viajou para a Bélgica, onde cumpre uma visita de chefe de Estado - de Bruxelas segue para Estocolmo, na Suécia.
Com Zelaya há duas semanas refugiado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, o governo Lula foi arrastado para o centro da crise hondurenha. No entanto, o presidente - que em mais de uma oportunidade criticou duramente o governo de facto de Honduras, qualificando-o de "golpista" - espera agora que a OEA possa levar adiante uma negociação que ponha fim ao golpe de Estado.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, avalia que o clima está mais favorável a uma negociação, haja vista a permissão para a entrada da missão da OEA, proibida de chegar ao país em uma tentativa anterior. "Espero que se possa comprovar agora o que nós vínhamos dizendo, e outros também, que a presença do presidente Zelaya é um fator para que se saia dessa estagnação em que nada acontecia", defendeu Amorim. "Está tudo caminhando para o sentido que desejamos".
O ministro disse, ainda, que a tensão em Tegucigalpa já diminuiu e "nada acontece na embaixada brasileira". "Não há um ato de violência que possa ser atribuído aos zelaistas", garantiu, acrescentando que houve apenas um "entusiasmo natural" nas manifestações iniciais do presidente deposto por ter finalmente ter conseguido voltar a seu país. Na verdade, diplomatas brasileiras chegaram a conversar com Zelaya, pedindo moderação nas suas declarações, já que ele estava usando espaço nas rádios locais para convocar manifestantes a resistir ao governo de facto.
Encontrou algum erro? Entre em contato