
09 de outubro de 2009 | 18h29
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira em Brasília que o prêmio Nobel da Paz, entregue ao presidente americano, Barack Obama, "está em boas mãos".
Segundo ele, o prêmio é uma "conquista" de um presidente que anunciou "medidas importantes para conter o armamento nuclear".
"Acho que isso fez com que os homens dessem o prêmio para ele e acho que o prêmio está em boas mãos", disse o presidente, durante uma cerimônia no Palácio do Itamaraty.
Questionado por uma jornalista se o prêmio não seria "precipitado", Lula respondeu que o fato de um negro ter sido eleito presidente dos Estados Unidos "é um feito extraordinário" e que precisa ser "premiado" de todas as formas.
O presidente Lula negou que tenha almejado o Nobel da Paz. "Essa coisa não se almeja. No dia que eu planejar, eu me inscrevo", disse o presidente, em tom de brincadeira.
Honduras
No mesmo evento, o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, disse esperar que o governo americano exerça maior "pressão" sobre o governo interino de Honduras.
"Vamos aproveitar agora o Nobel da Paz, que o presidente Obama merecidamente recebeu, para que ele exerça maior pressão", disse Garcia.
O governo brasileiro vem pedindo uma maior atuação dos Estados Unidos na crise política em Honduras, que já dura mais de cem dias. A avaliação é de que o governo americano poderia impor novas sanções econômicas ao país e, assim, minar a base de apoio ao presidente interino, Roberto Micheletti.
"Estamos esperando uma avaliação que a missão da OEA fez lá, mas vocês puderam constatar que a posição do governo golpista ainda é muito renitente", disse Garcia.
O assessor disse ainda que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, permanecerá na embaixada brasileira, em Tegucigalpa, enquanto prosseguirem as negociações para romper o impasse político no país.
Zelaya foi deposto e expulso do país no último dia 28 de junho, após ter proposto um referendo sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte. O ato foi visto por oposicionistas como uma manobra de Zelaya para tentar mudar a Carta a fim de concorrer a um segundo mandato, algo proibido pela Constituição hondurenha atualmente.
Zelaya regressou a Honduras clandestinamente ao país no dia 21 de setembro e se refugiou na Embaixada brasileira, juntamente com mais de 60 pessoas. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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