Lula insiste em mediar crise entre Farc e Colômbia

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Por Agencia Estado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a tendência de a Colômbia buscar nos Estados Unidos a solução para seus dilemas e afirmou que irá ao país vizinho, no próximo dia 16, com a finalidade de convencer o ?companheiro? Álvaro Uribe a se aproximar mais do Brasil. Um dos temas a serem tratados com o presidente colombiano será a disposição do Brasil oferecer-se como território neutro para as negociações de um acordo de paz entre o governo daquele país e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs), mediadas pela Organização das Nações Unidas (ONU). ?Vou à Colômbia (...) para tentar falar com o nosso companheiro Uribe, para que ele comece a pensar mais seriamente na possibilidade que a Colômbia tem de crescimento e se aproximar do Brasil e não ficar achando que são os Estados Unidos que vão ajudá-los?, afirmou o presidente. ?É essa consciência que queremos criar nessas pessoas. Por isso, nós vamos fazer da política externa uma atuação muito grande?, completou, ao discursar durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Outro tema seria o início de uma negociação sobre o livre comércio entre o Mercosul e a Colômbia, a exemplo daquele fechado na semana passada com o Peru. Ambos os assuntos tangenciam os interesses colombianos de aprofundar suas alianças com os Estados Unidos, o principal financiador do Plano Colômbia, de combate ao narcotráfico, e também o parceiro preferencial para um acordo comercial bilateral. Para o presidente Lula, a melhor solução para os países sul-americanos seria o aprofundamento de suas parcerias com o Brasil. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, confirmou que o governo brasileiro foi ?sondado? pelo governo da Colômbia e pela ONU sobre sua disposição de oferecer um local em seu território para as negociações de paz. Apesar de nenhuma solicitação ter sido formalizada até o momento, o governo já avalia essa hipótese. ?O Brasil se dispõe a fazer o que estiver a seu alcance para a pacificação na Colômbia?, afirmou o chanceler, que acentuou que o governo não manteve nenhum contato com as FARCs, mas apenas com a equipe de Uribe e com a ONU.

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