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Lula libera Boeing para buscar brasileiros no Líbano

A expectativa é que mais pessoas possam ser retirados daquele país por via terrestre, além dos 18 turistas que foram levados neste sábado em ônibus

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou neste sábado que um Boeing 707 da Força Aérea Brasileira (FAB) siga para a Turquia com a missão de buscar os brasileiros que conseguirem deixar o Líbano. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a expectativa é que mais brasileiros possam ser retirados daquele país por via terrestre, além dos 18 turistas que foram levados neste sábado em ônibus para Adana, na fronteira Sul do território turco. Amorim, entretanto, reconheceu que as dificuldades para a retirada de cidadãos daquela área são crescentes e que a decisão de partida dependerá, necessariamente, da concordância desses brasileiros. O Boeing 707 foi escalado nesta semana para transportar a Adis Abeba, na Etiópia, os participantes africanos 2ª Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora, que ocorreu entre os dias 12 e 14 em Salvador, Bahia. Deverá seguir para Istambul, caso mais brasileiros sejam retirados do Líbano nos próximos dias. Segundo Amorim, o governo turco ainda não foi avisado pelas autoridades brasileiras, mas não deverá resistir a tal apelo. Bloqueio Amorim mencionou que até a manhã deste sábado - o momento em que embarcou junto com o presidente Lula na cidade do Porto, em Portugal, a caminho de São Petersburgo - não havia recebido informações sobre o possível bloqueio da passagem de brasileiros, por via terrestre, do Líbano para a Turquia. A informação foi divulgada pelo próprio Itamaraty. O ministro ainda mostrava-se abatido com a notícia da morte de quatro brasileiros de uma mesma família durante os bombardeios de Israel no Sul do Líbano e preocupado com o alastramento da "grave crise" na Faixa de Gaza para a vizinhança. "É uma tragédia o que está acontecendo no Oriente Médio. É muito negativo, ameaçador para as pessoas que estão lá, para os brasileiros que morreram ainda vestindo a camisa da seleção nacional, o que agrava graficamente a tragédia para nós", afirmou. "Mas é uma tragédia para toda a região." Turvar Para Amorim, os ataques de Israel não deverão "turvar" as reuniões do G-8 (o grupo de economias desenvolvidas somado à Rússia), em São Petersburgo, entre hoje e amanhã, para a qual o presidente Lula foi convidado. Conforme insistiu, essa tragédia reforça ainda mais a necessidade de os países trabalharem positivamente no âmbito multilateral, especialmente no comércio. Para ele, não há maneira de acabar com o terrorismo sem eliminar antes o "egoísmo" no comércio internacional. Por terrorismo, referiu-se ao rapto de soldados israelenses por grupos palestinos - fato que levou Israel a uma ação "desproporcional".

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