Luto volta a aeroporto malaio após quatro meses

Parentes de vítimas lotam local em busca de informação; voo pousaria às 6h10 desta sexta

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Atualização:

Menos de cinco meses depois do desaparecimento de um avião da Malaysia Airlines, o Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur voltou a ser ocupado por parentes de passageiros de um voo da mesma companhia em busca de informação. Os protestos contra a empresa, feitos com choro e gritos, também se repetiram. O Boeing 777 da Malaysia Airlines com 298 pessoas a bordo deveria pousar em Kuala Lumpur às 6h10 de hoje (horário local) num voo procedente de Amsterdã. "Vi a notícia na TV", disse Akma Mohammad Noor, cuja irmã, Rahimah, estava no voo MH17. "Ela deveria ter embarcado com o filho, que não queria viajar de jeito nenhum." Como muitos muçulmanos malaios, Rahimah estava voltando a seu país para o festival Eid al-Fitr. Trata-se da maior celebração anual do islamismo, que marca o fim do mês de jejum do Ramadã, no dia 28.

Mulher busca notícias sobre o avião que sua irmã chegaria para festa Foto: Samsul Said/Reuters

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"Nós deveríamos celebrar Raya (o festival) juntas", declarou Akmar, em lágrimas. Ela disse que sua irmã, que vive em Genebra há mais de três décadas, visitava a Malásia pela primeira vez em cinco anos. A Ucrânia acusou "terroristas" de derrubar a aeronave. Os rebeldes negaram responsabilidade no ocorrido.

Mais da metade das vítimas (154 pessoas) era holandesa. O voo da Malaysia Airlines operava em código compartilhado com a companhia KLM. Entre os mortos, estão 27 australianos e 23 malaios. Parentes de passageiros estavam indignados com a companhia aérea por não fornecer informações sobre quem estava no voo. "O MAS é estúpido?", gritou um homem, referindo ao nome da companhia - Malaysia Airlines System.

Em março, o aeroporto foi cenário do desespero de parentes dos passageiros do voo MH370. O avião, com 239 pessoas, partiu de Kuala Lumpur para Pequim, mas nunca foi encontrado. "Qualquer um desses eventos tem uma probabilidade incrivelmente baixa (de ocorrer)", disse John Cox, ex-piloto de aviões e investigador de acidentes aéreos. "Ter dois com diferença de poucos meses não tem precedentes."

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