12 de junho de 2019 | 04h11
BUENOS AIRES - O presidente argentino, Mauricio Macri, defendeu nesta quarta-feira a escolha do peronista Miguel Ángel Pichetto – a quem já criticou fortemente, associando-o a um político mais aferrado ao poder que a convicções – para ser seu vice na eleição de outubro. Macri qualificou Pichetto, que ocupa uma vaga no Senado desde 2001, como um “patriota”.
Macri levou Pichetto em uma viagem à Província de Neuquén, grande produtora de petróleo. Embora seja peronista, Pichetto mostrou-se um pragmático no Senado, apoiando projetos do governo e contrariando interesse kirchneristas. “Tivemos muitos debates com Pichetto. Ele, com muita sinceridade, apoiou decisões complexas, mesmo enfrentando uma enorme parte de seu partido”, disse Macri, segundo o jornal La Nación.
Pichetto afirmou que comunicou a vários colegas do Partido Justicialista (peronista), entre eles influentes governadores, a decisão “de natureza pessoal” de acompanhar Macri, além de ter anunciado que renunciará à presidência do bloco no Senado, o mais numeroso dos legisladores peronistas.
“Macri surpreendeu. Pichetto não vai lhe trazer votos nem tirar. Mas tem muita experiência na política e capacidade de diálogo com governadores e legisladores. É um homem para garantir governabilidade se o governo ganhar”, disse o analista político Ricardo Rouvier.
As eleições presidenciais e legislativas da Argentina ocorrerão em 27 de outubro. Antes, em 11 de agosto, os eleitores vão às urnas em primárias obrigatórias para escolher os candidatos de cada partido.
Nesta quarta-feira, o ex-candidato à presidência Sergio Massa, que ficou em terceiro lugar na eleição de 2015, encaminhou sua adesão à chapa formada por Alberto Fernández e pela ex-presidente Cristina Kirchner, que concorrerá na vaga de vice. Apesar de ser do mesmo partido de Cristina, Pichetto é um dos principais críticos do kirchnerismo. / EFE e AFP
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