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Macri chega ao Brasil com Venezuela e dólares para o BC como tema

Presidente eleito argentino explicará sua posição a favor da suspensão de Caracas do Mercosul e tentará amenizar crise de reservas no Banco Central (BC) argentino

Atualização:

BUENOS AIRES - O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, terá dois temas inevitáveis para tratar nas sete horas que permanecerá no Brasil nesta sexta-feira, 4, acompanhado da futura chanceler Susana Malcorra: a crise venezuelana e escassez de dólares no Banco Central (BC) argentino.

O prefeito de Buenos Aires chega ao País às 9 horas e tem uma reunião agendada em Brasília com a presidente Dilma Rousseff, na qual as diferenças sobre a Venezuela serão tratadas. Macri defende a suspensão do país do Mercosul, sob alegação de que desrespeita a cláusula que exige respeito à democracia. Dilma reiterou esta semana que não vê na situação do país comandado por Nicolás Maduro uma justificativa para essa punição. Integrantes da diplomacia brasileira acreditam que a negociação do acordo entre Mercosul e União Europeia, iniciada em 1999, também estará na agenda.

O novo presidente da Argentina, Mauricio Macri Foto: REUTERS/Enrique Marcarian

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Às 12h30, Macri se reúne com empresários em São Paulo, na Fiesp. A atração de investimentos dependeria de outra manobra, a diminuição das travas impostas pelo kirchnerismo à importação, sem comprometer as áreas menos competitivas da indústria argentina.

O Banco Central argentino tem US$ 27,5 bilhões em reservas e Macri precisa reforçá-lo se quiser levar adiante a promessa de liberar o câmbio controlado desde 2011. No mercado oficial, a moeda americana é vendida a 9,70 pesos, enquanto no paralelo está em 14,80 pesos.

Antes do primeiro turno, o candidato kirchnerista derrotado por Macri, Daniel Scioli, visitou Dilma e voltou à Argentina falando que o Brasil lhe garantiria cerca de US$ 10 bilhões para o BC. Ele não deixou claro se seria um empréstimo formal, um swap ou uma linha de crédito bilateral. Na quarta-feira, o jornal La Nación publicou que Macri contaria com ajuda brasileira para voltar a acumular reservas em dólar, mas a equipe do empresário que assumirá o poder no dia 10 não deu detalhes de como funcionaria.