Macron convida americanos a combater na França a mudança climática

Presidente francês diz que respeita decisão de Trump de sair do Acordo de Paris, mas alerta que 'não há plano B porque não há um planeta B'

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Por Redação
Atualização:

PARIS - O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira, 1, que os Estados Unidos deram as costas ao mundo com a decisão de abandonar o Acordo de Paris sobre o clima, anunciada mais cedo pelo presidente Donald Trump. Em uma mensagem gravada em francês e em inglês, Macron convidou cientistas americanos e emigrarem para a França para estudar o aquecimento global. 

"Hoje os Estados Unidos deram as costas para o mundo, mas a França não dará as costas aos Estados Unidos", disse Macron. "Convido todos os cientistas, empreendedores e cidadãos preocupados com a mudança climático a vir trabalhar na França."

Trump cumprimenta Macron em encontro da Otan em Bruxelas Foto: AFP PHOTO / POOL / Christophe LICOPPE

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O líder francês rejeitou também renegociar o acordo, como condicionou Trump para voltar ao pacto. "Quero dizer aos americanos que a França acredita em vocês: vocês são uma grande nação", acrescentou o presidente. "Mas não se enganem. Não há plano B porque não há um 'planeta B'"

Macron prometeu ainda trabalhar em parceria com a chanceler alemã, Angela Merkel para tomar iniciativas fortes contra as mudanças climáticas. O líder francês deve tratar do assunto com o premiê indiano Narendra Modi, no sábado. A Índia é uma das principais potências emergentes a apoiar o acordo, ao lado da China.

O presidente também usou as redes sociais para ironizar o presidente americano. Em um tuíte, ele publicou um banner com o slogan, em inglês,"Faça o nosso planeta grande de novo", em referência ao bordão de campanha de Trump "Faça a Américagrande de novo"

Veja a seguir as principais repercussões sobre a decisão de Trump:

Empresas.O executivo-chefe da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, confirmou nesta quinta-feira que deixará os conselhos de assessoria do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após a saída do país do Acordo de Paris.

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"Estou deixando os conselhos de assessores da presidência. A mudança climática é real. Deixar (o Acordo) de Paris não é bom nem para os EUA nem para o mundo", afirmou Musk no Twitter.

A General Motors e a Amazon também divulgaram comunicados criticando a decisão do presidente. 

Diplomacia. A União Europeia (UE) lamentou profundamente a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tirar o país do Acordo de Paris nesta quinta-feira, mas afirmou que o pacto continuará a existir e que a Europa seguirá liderando a luta contra a mudança climática.

"Hoje é um dia triste para a comunidade global, já que um parceiro-chave virou as costas para a luta contra a mudança climática", indicou o comissário de Ação pelo Clima e Energia da UE, Miguel Arias Cañete, em um comunicado após o anúncio de Trump.

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O governo chinês também lamentou a decisão americana

Brasil. Em nota divulgada há pouco pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro diz ter recebido hoje "com profunda preocupação e decepção" o anúncio que os Estados Unidos vão se retirar do Acordo de Paris sobre o clima para renegociar sua reentrada. "Preocupa-nos o impacto negativo de tal decisão no diálogo e cooperação multilaterais para o enfrentamento de desafios globais", diz o texto.

Segundo a nota, esse acordo, que está sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, estabelece um arcabouço para que cada um dos os países partes definam metas e políticas para regular a emissão de gases do efeito estufa. 

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"O Brasil continua comprometido com o esforço global de combate à mudança do clima e com a implementação do Acordo de Paris", diz a nota. "O combate à mudança do clima é processo irreversível, inadiável e compatível com o crescimento econômico, em que se vislumbram oportunidades para promover o desenvolvimento sustentável e para novos ganhos em setores de vanguarda tecnológica." / EFE e AP, com Lu Aiko Ota