Maduro afirma que proposta de sanções do Senado dos EUA é 'detestável'

CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, classificou como "detestável" a proposta de lei que avança no Senado americano para impor sanções contra funcionários do governo venezuelano. "O que se pode dizer das ameaças de sanções do comitê de Relações Exteriores do Congresso dos EUA? Que é um evento detestável porque ninguém deve se intrometer em nosso país", disse Maduro durante uma reunião com parte de seu gabinete.

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"Eu repudio, rejeito, detesto a ingerência destes setores da extrema direita dos EUA nos assuntos internos de nossa pátria. E as declarações de Jacobson são ainda mais detestáveis", declarou o chefe de Estado, se referindo à fala da secretária de Estado Adjunta para a América Latina, Roberta Jacobson, de que o diálogo entre Caracas e a oposição precisa dar resultados.

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Maduro criticou a postura da secretária e acrescentou ter certeza que o roteiro da oposição venezuelana é escrito pelos americanos. "Há um império neste planeta que acredita ter o direito de governar a Venezuela, de se intrometer nos assuntos venezuelanos, já basta. Além de insolente, (Roberta) Jacobson é arrogante."

O processo de diálogo entre Caracas e a aliança de oposição Mesa de Unidade Democrática (MUD) foi iniciado em 10 de abril para tentar amenizar a crise política no país, mas foi suspenso na semana passada pelos opositores, que alegaram falta de avanços nas conversas.

Maduro afirmou que a ideia do diálogo foi sua e surgiu "como um favor à MUD" para tirá-los do "caminho da violência e do golpismo" e pediu que o grupo opositor também se posicione contra as ações americanas. "Eu exijo que a MUD rejeite e repudie as declarações de Jacobson e rejeite e repudie as ameaças de sanções contra a Venezuela."

"As portas do diálogo eu abri e estão abertas, mas nós não vamos deixar de trabalhar e dialogar porque a MUD não quer conversar. O diálogo segue, com a MUD ou sem a MUD. Se eles querem falar de paz, que venham. Se querem a guerra, acabarão na prisão", acrescentou Maduro. / EFE

 

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