Maduro ameaça prender opositores por 'julgamento político'
Presidente venezuelano afirma que o processo não está previsto na Constituição e apresentará ação na Justiça
PUBLICIDADE
Por Redação
Atualização:
CARACAS - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou na sexta-feira 28 ter "derrotado" uma tentativa de golpe de Estado, após a baixa adesão à greve geral convocada pela oposição, e ameaçou os líderes opositores de prisão caso levem adiante o julgamento político contra ele.
PUBLICIDADE
Diante de milhares de simpatizantes, nos arredores do Palácio de Miraflores, em Caracas, Maduro disse que apresentará uma ação nos tribunais de Justiça contra a maioria opositora da Assembleia Nacional por abrir contra ele um processo que "não existe na Constituição". "Eu não vou ficar de braços cruzados diante desse golpe de Estado, a Justiça chegará, que os golpistas o tenham claro."
O presidente foi convocado a se apresentar na terça-feira no Parlamento para ouvir as acusações de "abandono do cargo", como parte do que os opositores consideram um "julgamento político" de responsabilidade pelo agravamento da crise política e econômica.
"Dizem que abandonei meu cargo de presidente, quando estou dedicado 24 horas por dia ao povo da Venezuela, a governar deste palácio, que é do povo", afirmou Maduro.
A acusação da oposição, a greve geral de sexta-feira e uma marcha até o palácio presidencial convocada para o dia 3 de novembro são parte de uma nova ofensiva da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) contra o governo, após a suspensão do referendo revogatório contra Maduro, há uma semana.
Marcha na Venezuela pede saída de Maduro do poder
1 / 15Marcha na Venezuela pede saída de Maduro do poder
Protesto contra Maduro na Venezuela
Partidários da oposição lotam as ruas de Caracas contra o presidente Nicolás Maduro Foto: REUTERS/Christian Veron
Protesto contra Maduro na Venezuela
Mulher de Leopoldo López, Lilian Tintori participa do protesto Foto: Ronaldo SCHEMIDT / AFP
Protesto contra Maduro na Venezuela
Principal avenida de Caracas, a Autopista Francisco Fajado foi tomada por manifestantes contrários ao governo de Maduro Foto: REUTERS/Christian Veron
Protesto contra Maduro na Venezuela
Os manifestantes criticam a suspensão do referendo revogatório do mandato de Maduro Foto: REUTERS/Christian Veron
Protesto contra Maduro na Venezuela
A oposição espera reunir centenas de milhares de pessoas no protesto Foto: AFP
Protesto contra Maduro na Venezuela
Tatuado com o rosto de Hugo Chávez, manifestante vestido com as cores da oposição pede a saída de Maduro Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Protesto contra Maduro na Venezuela
Manifestante diz que governo Maduro é uma ditadura e pede sua saída Foto: AFP
Protesto contra Maduro na Venezuela
Opositor pede ajuda do governo dos Estados Unidos contra Maduro Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Protesto contra Maduro na Venezuela
Manifestação ocorre em meio a pedido do Vaticano para que as duas partes dialoguem Foto: AP Photo/Ariana Cubillos
Protesto contra Maduro na Venezuela
Manifestante exibe caricatura de Maduro e da reitora do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, responsável pela anulação do referendo Foto: AFP
Proteesto contra Maduro na Venezuela
Maduro tem menos de 20% de aprovação no país Foto: REUTERS/Christian Veron
Manifestantes protestam contra Maduro na Venezuela
Após suspensão do referendo, oposição acusa Maduro de violar a Constituição e implementar ditadura no país Foto: REUTERS/Marco Bello
Manifestantes protestam contra Maduro na Venezuela
Presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup participou da marcha Foto: REUTERS/Christian Veron
Manifestantes protestam contra Maduro na Venezuela
Ex-candidato à presidência, Henrique Capriles também esteve no protesto Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Protesto na Venezuela
Manifestantes tomam avenida de Caracas em protesto contra Maduro Foto: REUTERS/Christian Veron
Cidadania. Ainda na sexta, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) certificou que Maduro é cidadão venezuelano e não tem nacionalidade colombiana, como diziam opositores - argumento para questionar a habilitação de Maduro ao cargo.
Segundo a empresa Venebarómetro, Maduro enfrenta uma impopularidade de 76,4% enquanto 67,8% se dizem a favor da revogação de seu mandato, que termina em janeiro de 2019. /AFP