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Maduro aposta em equipe econômica heterogênea

Presidente nomeia líder empresarial e economista radical de esquerda para tentar reverter crise econômica no país

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na madrugada de desta quinta-feira, 7,uma reforma ministerial com o objetivo de tentar reverter sua baixa popularidade e mostrar soluções contra a grave crise econômica que afeta o país. O novo ministro de Economia, o desconhecido acadêmico Luis Salas, e a nomeação de um representante do setor produtivo para o Ministério da Indústria são as principais novidades do gabinete. 

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A indicação de Miguel Pérez Abad, presidente da Federação das Indústrias da Venezuela, foi bem recebida pelo setor produtivo venezuelano, frequentemente apontado pelo governo como autor de uma “guerra econômica” contra o chavismo”. “Estou gratamente surpreso com a nomeação de Pérez Abad, ainda que a configuração do gabinete econômico seja um pouco estranha em nossa visão”, disse o presidente da Fedecámaras, a principal entidade patronal da Venezuela, ao canal Globovisión. “Esperamos que dessa diversidade de pensamento possa sair o entendimento para que as medidas urgentes que o país precisa sejam tomadas.”

Além do dirigente industrial, outros nove ministros formam o gabinete econômico. A chefia da equipe caberá ao acadêmico Luis Salas, professor de economia política na Universidad Bolivariana da Venezuela. O perfil de Salas, no entanto, é diametralmente oposto ao de Abad. 

Como Maduro, o novo comandante da economia venezuelana crê que a inflação de três dígitos e a pior recessão do mundo se devem a uma sabotagem da economia dirigida pelos Estados Unidos. Em manifestos publicados na internet, ele disse que muitos dos problemas da Venezuela se devem ao fato de o país ainda ser muito capitalista.

No ano passado, Salas escreveu um artigo no qual afirmou que a “inflação não existe na vida real”. “Os preços não sobem por escassez, mas porque economias capitalistas são dirigidas pelo desejo de lucro pessoal, exploração e egoísmo”, acrescentou. 

A Venezuela enfrenta uma escassez crônica de produtos de primeira necessidade, especialmente alimentos e remédios, em virtude do controle de dólar exercido pelo governo. 

Mudanças. Maduro anunciou também a nomeação de Aristóbulo Istúriz, até agora governador do Estado de Anzoátegui, como novo vice-presidente executivo do país, cargo que era ocupado desde março de 2013 por Jorge Arreaza, cunhado do presidente Hugo Chávez, morto em 2013. Juntamente com Istúriz, Maduro designou 18 funcionários e ratificou 14 em seus cargos para um total de 32 postos, não só ministeriais, mas também de cargos menores da burocracia estatal. / AFP, EFE e AP

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