CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, condecorou na quarta-feira os 13 funcionários de seu governo que foram sancionados pelos Estados Unidos e qualificou como "insolente" a pretensão dos americanos de punir outro país.
"Felicitações por essa sanção imperialista. Todo o apoio da Venezuela para essa ilegal, insolente, insólita pretensão de um país de sancionar outro país", disse Maduro aos funcionários presentes em um ato do governo, em um de seus programas transmitidos ao vivo em rede nacional de rádio e televisão.
O governo dos EUA impôs horas antes sanções contra 13 funcionários e ex-funcionários venezuelanos por abusos de direitos humanos, corrupção ou ações para minar a democracia. O objetivo é pressionar Maduro a suspender a Assembleia Nacional Constituinte, cuja eleição de seus membros está marcada para domingo.
"O que pensam os imperialistas dos Estados Unidos? Que são o governo mundial? Os venezuelanos podem aceitar que os EUA pretendam ser o governo do mundo? Não aceitamos e repudiamos", enfatizou Maduro, que entregou uma réplica da espada de Simón Bolívar como prêmio aos servidores públicos.
Maduro disse que não reconhece nenhuma sanção e, pelo contrário, considera essas medidas como um "reconhecimento de lealdade, da moral, e honestidade desses servidores".
Entre os sancionados pelos EUA estão o chefe da Comissão Presidencial para a Assembleia Constituinte e ex-vice-presidente da Venezuela, Elías Jaua; a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena; o ministro de Interior, Néstor Reverol; e o defensor do Povo, Tarek William Saab.
Também fazem parta da lista o Tesoureiro Nacional, Carlos Malpica Flores; a candidata na Constituinte e ex-ministra do Serviço Penitenciário, María Iris; o comandante da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), Sergio Rivero Marcano; o chefe da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), Carlos Alfredo Pérez; o ex-chefe da PNB Franklin García Duque; e o comandante do Exército venezuelano, Jesús Suárez.
O Departamento do Tesouro dos EUA também sancionou o vice-presidente de Finanças da estatal PDVSA, Simón Zerpa; o vice-ministro de Relações Exteriores para a Europa, Alejandro Antonio Fleming; e o presidente do Centro nacional de Comércio Exterior (Cencoex), Rocco Albisinni Serrano.
O presidente dos EUA, Donald Trump, alertou na semana passada que, se Maduro seguir adiante com os planos de realizar a Assembleia Constituinte, responderá com ações econômicas fortes contra a Venezuela. / EFE