Maduro critica retirada de retratos de Chávez da Assembleia e chama oposição de 'perigosa'

Presidente venezuelano afirmou que políticos opositores 'alimentam com ódio o espírito nacional' para facilitar 'intervenção internacional'

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Por Redação
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CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na noite da quinta-feira 7 que a oposição quer levar o país a uma situação de confronto ao "alimentar com ódio o espírito nacional", o que, em sua opinião, tem como objetivo a intervenção internacional por parte de uma coalizão liderada pelos Estados Unidos.

"Não sejamos ingênuos, estão alimentando com ódio o espírito nacional para buscar uma escalada do confronto e intervir internacionalmente na Venezuela com uma coalizão de países de direita liderados pelos EUA", disse Maduro no Quartel da Montanha, onde jaz o corpo do falecido presidente Hugo Chávez.

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O presidente venezuelano fez o comentário ao repudiar a remoção dos retratos do herói independentista Simón Bolívar, do ex-presidente Hugo Chávez, e dele próprio da sede do Legislativo, uma ordem que partiu do presidente do novo Parlamento de maioria opositora, Henry Ramos Allup.

"Eu sinto que estão (oposição) embriagados pelo poder. Eles são perigosos, podem levar este país a uma situação de confronto e tenho certeza que o imperialismo americano e o general John Kelly (chefe do Comando Sul dos EUA) estão por trás, controlando as marionetes", comentou Maduro.

O presidente agradeceu ao ministro da Defesa, Vladimir Padrino, o comunicado da Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb), manifestando a "profunda indignação" pelo "ultraje" da retirada dos retratos de Bolívar, Chávez e Maduro da sede da AN.

O presidente exaltou o texto ao assinalar que a retirada dos retratos "é o mais grave ultraje que jamais se cometeu na história de 200 anos contra a memória sagrada do Libertador da América Simón Bolívar". Maduro pediu que não se permita o avanço do "fascismo" e opinou que a ordem de Ramos Allup "é uma operação de ódio e de vingança contra Bolívar e Chávez".

Desafio. Depois da retirada, Maduro ordenou a distribuição entre todos os soldados do país de "um quadro com a foto de Bolívar à esquerda, a foto de Chávez à direita" e no centro o comunicado da Fanb, que chamou de "mensagem histórica".

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O líder venezuelano também pediu que, a partir da quinta-feira se iniciasse uma "grande jornada de repúdio, rejeição, ao ultraje contra Bolívar e Chávez", que vá especialmente às salas de aula de todas as escolas e também se observe nas ruas e nos quartéis militares.

Ramos Allup justificou a decisão de retirar as imagens de Chávez e de seu sucessor por considerá-las um "abuso" contra a independência do Poder Legislativo. 

Além disso, o opositor afirmou que a instrução de retirar as imagens do herói era voltava apenas àquelas que são uma simulação do rosto de Bolívar, produto de um estudo ordenado por Chávez, através da análise dos ossos do personagem histórico, mas não afetava as pinturas originais do libertador. "Enquanto eu for presidente da Assembleia Nacional, o único retrato que vai haver é o retrato original de Simón Bolívar, não a cópia falsificada feita por um computador", disse Ramos Allup. /EFE

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