Maduro critica sanções impostas pelos EUA: 'Criminosas e loucas'

Presidente da Venezuela reagiu ao aumento da pressão da Casa Branca sobre comércio de ouro

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O presidente da Venezuela criticou duramente as novas sanções aplicadas pelos EUA. Foto: FRANCISCO BATISTA/AFP

CARACAS – Nicolás Maduro fez duas críticas às sanções impostas pelos Estados Unidos contra exportações de ouro da Venezuela. Em discurso no canal estatal VTV, o presidente chamou de "criminosas e loucas" as determinações da Casa Branca. 

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"Se alguém está sendo prejudicado por estas sanções criminosas e loucas que de vez em quando o governo dos Estados Unidos adotam contra Venezuela é o setor privado, os empresários, que são perseguidos, têm suas transações bloqueadas", declarou Maduro.  "São loucos, dementes, talvez seja preciso um psiquiatra como Jorge Rodríguez [ministro da Comunicação da Venezuela] para entender as decisões dos Estados Unidos".

Na quinta-feira, o governo Trump usou o mercado do ouro para aumentar a pressão sobre a Venezuela, por considerar o regime de Maduro opressor e displicente com direitos humanos. As sanções já existentem determinam que nem o país nem a petroleira estatal PDVSA podem liquidar a dívida nos EUA, o que na prática fecha o mercado para o país. 

As novas sanções vão mirar redes de operação com setores da economia venezuelana corruptos e negar a eles acesso a riquezas roubadas, segundo o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton. 

A Casa Branca publicou o decreto na quinta e Bolton explicou que as sanções entraram em vigor de forma imediata e que irão supor um peso "insuportável" para o governo venezuelano. 

Inflação na Venezuela bate 500.000% em setembro, diz Banco Mundial

A inflação na Venezuela atingiu 500.000% no mês de setembro, segundo relatório divulgado pelo Banco Mundial nesta sexta-feira, 2, em Bogotá. O cenário configura uma das piores crises econômicas da história mundial recente. 

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"A crise econômica da Venezuela pode ser catalogada como uma das mais severas da história econômica recente, com uma hiperinflação anual próxima a 500.000% em setembro de 2018", destaca o documento.

A evasão em massa da população para outros países, principalmente Colômbia, foi fundamental para acentuar a crise, aponta o relatório. "Isto provocou o incremento dos níveis de pobreza afetando, aproximadamente, 90% da população."

Nas contas da Organização das Nações Unidas, quase 2 milhões de pessoas já deixaram a Venezuela desde 2015 para fugir da crise econômica e polícia que assola o país. Desse total, 1 milhão de pessoas optaram por migrar para a Colômbia. Cerca de 820.000 imigrantes foram regularizados pelo governo de Iván Duque. 

De acordo com a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), a hiperinflação da Venezuela atingirá 1.350.000% até o final deste ano. / AFP, REUTERS e W.Post

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