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Maduro culpa ilegais por surto e acirra quarentena

Presidente da Venezuela decretou isolamento rígido em Caracas e no Estado de Miranda após alta nos casos de covid-19 no país

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou nesta quarta-feira, 15, um endurecimento das regras de confinamento em Caracas e no Estado vizinho de Miranda, que compreende regiões da Grande Caracas, para tentar conter um aumento nos casos do novo coronavírus no país.

Oficialmente, a Venezuela tem quase 10 mil notificações da doença e 96 mortes, números contestados por especialistas. Nas últimas 24 horas, pelo menos 300 pessoas tiveram o teste positivo para a covid-19, segundo as autoridades de saúde. Pelo Twitter, o líder chavista culpou a imigração ilegal pelo surto do novo coronavírus. 

Movimento em rua do bairro Catia, em Caracas; autoridades também estão doentes Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez

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“Por causa do aumento nos casos de covid-19, como resultado da entrada ilegal de pessoas no país, e seguindo as recomendações da Comissão Presidencial, tomei a decisão de aplicar quarentena radical e necessária em Caracas e no Estado de Miranda! Cuidar da saúde vem em primeiro lugar!”, escreveu Maduro, em um post na rede social. 

No dia 10 de julho, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, já havia anunciado a prorrogação por mais um mês do “estado de emergência” para controlar um surto do novo coronavírus no país, medida que fornece uma base legal para prolongar a quarentena, em vigor no país desde 16 de março.

Na semana passada, o número dois do governo, Diosdado Cabello, e o governador do Estado de Zulia, no oeste do país, Omar Prieto, confirmaram que contraíram a covid-19. O ministro do Petróleo, Tareck El Aissami, colaborador próximo de Maduro, também foi infectado.

Com o novo decreto, apenas setores essenciais, como saúde, alimentação, segurança e telecomunicações poderão funcionar normalmente. 

Na segunda-feira, o governo chavista já havia estendido a proibição de voos comerciais por mais 30 dias, até 12 de agosto, mantendo as restrições que começaram a ser aplicadas em março, informou a autoridade aeronáutica.

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Apesar de apontar imigrantes como vetores da doença no país, segundo levantamento da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) divulgado no ano passado, 5 mil pessoas, em média, deixaram a Venezuela todos os dias em 2018 para escapar da forte crise econômica. Naquele ano, disseram as organizações, havia ao menos 4 milhões de venezuelanos fora do seu país de origem. / AFP e REUTERS

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