16 de janeiro de 2018 | 12h17
CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu na noite da segunda-feira, 15, ao Ministério Público e ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) – ambos controlados pelo chavismo – a investigação de um bispo da Igreja Católica venezuelana. Caso seja condenado pela "Lei do Ódio" criada pela constituinte chavista, ele pode pegar até 20 anos de prisão.
+ Venezuelanos já comem comida de cachorro, diz ONG
“Ele chamou o povo chavista de peste, teria que ver (...) se as palavras emitidas por algum desses personagens (da Igreja) não correspondem a verdadeiros crimes de ódio que pretendem gerar confrontos entre os venezuelanos”, disse Maduro, no ato de apresentação de seu relatório de gestão à Assembleia Constituinte.
“Somos cristãos, já não acreditamos em intermediários e menos nesses diabos com batina, amamos nosso Deus criador, a nossa Divina Pastora (...), mas vem um diabo com batina chamar o confronto entre venezuelanos, a guerra civil”, acrescentou.
Maduro se referia ao bispo de San Felipe, no Estado de Yaracuy, Víctor Hugo Basabe, que pediu à Virgem da Divina Pastora, que livre o país "da peste" da corrupção política que leva o país "à ruína moral, econômica e social", segundo a imprensa local.
+Polícia da Venezuela confirma morte de piloto rebelde, diz jornal
Basabe deu as declarações durante uma missa celebrada na romaria em honra à Divina Pastora, celebrada neste domingo na cidade de Barquisimeto, a 250 km de Caracas.
A Assembleia Nacional Constituinte aprovou em novembro do ano passado em novembro passado uma lei que castiga com penas de prisão de dez a 20 anos aqueles que "promovam o ódio", e também prevê tornar ilegais partidos e fechar veículos de comunicação que o incitem. A oposição acusa o governo Maduro de criminalizar o protesto e a dissidência con a lei. /AFP
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.