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Maduro diz que, se for derrubado, opositores ainda seguirão presos

Depois de convocar marcha contra os EUA para amanhã, presidente venezuelano defendeu ações contra oposição

Por CARACAS
Atualização:

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que nem mesmo a sua derrubada levará à libertação dos opositores presos sob acusação de estimular a violência durante protestos contra seu governo no início do ano. "Dizem que os perseguimos pelos assassinatos que cometeram e pelas violações de direitos humanos. Os fascistas estão presos e bem presos, e aí ficarão. Nem se me derrubarem eles conseguirão sair", afirmou sexta-feira num ato de governo em Caracas. Em seguida, o líder venezuelano ressaltou: "Ninguém vai me derrubar, vocês devem saber, porque eu sou o povo". Ele acrescentou que "a continuação da revolução bolivariana é a única garantia de paz no país". Maduro completou dizendo que os EUA devem prestar atenção a suas declarações. O governo americano prepara uma série de sanções contra chavistas acusados de violar direitos humanos de opositores. Um projeto foi aprovado esta semana pelo Senado e pela Câmara e deve ser sancionado pelo presidente Barack Obama. Entre os opositores detidos está o líder do partido Vontade Popular, Leopoldo López. Acusado de planejar atos de vandalismo, ele se entregou à Justiça em 18 de fevereiro. A líder estudantil de oposição Gaby Arellano, do mesmo partido, será indiciada no dia 26 por "planos de desestabilização" do país. A mesma acusação é atribuída à opositora María Corina Machado, cujo mandato de deputada foi cassado em março. O presidente venezuelano convocou na sexta-feira uma "marcha anti-imperialista" para amanhã em Caracas, em resposta às prováveis sanções americanas, que autorizam o congelamento de bens nos EUA e a revogação de vistos de integrantes do governo da Venezuela. Pelo menos 43 pessoas morreram e centenas ficaram feridas nas manifestações contra Maduro, que tiveram seu ponto alto entre março e maio. / EFE e AFP

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